Vacinação contra a pólio recomeça em Gaza após bloqueio de comboio da ONU por forças israelenses – EERBONUS
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Vacinação contra a pólio recomeça em Gaza após bloqueio de comboio da ONU por forças israelenses

A Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que a campanha de vacinação contra a poliomielite que começou nesta terça-feira no norte de Gaza vai até quinta-feira.

Na sequência de entrega de suprimentos, incluindo vacinas e equipamentos da cadeia de frio, na segunda-feira, um comboio da ONU que seguia a caminho do norte de Gaza foi bloqueado por militares israelenses por mais de oito horas.

Crianças de Gaza recebem vacinas contra a poliomielite

Trabalhadores humanitários

O comissário-geral da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina, Unrwa, Philippe Lazzarini, disse que o incidente ocorreu apesar de uma coordenação detalhada ter sido feita previamente.

Em uma publicação em sua rede social, o chefe da Unrwa explicou que o comboio transportava funcionários locais e internacionais encarregados de dar início a campanha de vacinação contra a poliomielite na Cidade de Gaza e no norte da Faixa de Gaza.

Lazzarini disse que o comboio foi parado sob a mira de uma arma logo após o posto de controle de Wadi Gaza, com ameaças de deter funcionários da ONU. As escavadeiras teriam causado grandes danos aos veículos blindados das Nações Unidas.

O chefe da Unrwa informou ainda que todos os funcionários e o comboio foram libertados e devolvidos em segurança à base das Nações Unidas.

Campanha contra pólio

Mesmo após o ocorrido, a Organização Mundial da Saúde, OMS, afirmou que a agenda para campanha contra a pólio no norte do país seria mantida nesta terça-feira.

Em declaração em seus perfis nas redes sociais, a agência de saúde da ONU explica que foram necessárias três horas para que a missão recebesse luz verde para se deslocar, seguidas de cinco horas no ponto de retenção, fazendo com que a missão fosse cancelada.

Nesta terça, as equipes buscam novamente concluir o deslocamento com combustível e para a evacuação médica de 8 pacientes para o sul.

Ainda segundo a OMS, outra missão para Shifa foi impedida após 5 horas de espera no ponto de retenção. Essa foi a quarta vez que eles foram impedidos de chegar no local entre 7 e 10 de setembro.

Uma equipe da ONU inspeciona uma escola destruída em Khan Younis

Uma equipe da ONU inspeciona uma escola destruída em Khan Younis

Abuso contra funcionários da ONU

Agências e parceiros da ONU concluíram a primeira e a segunda fases da campanha de vacinação contra a poliomielite no centro e no sul de Gaza, com a terceira fase no norte de Gaza programada para esta semana.

Philippe Lazzarini disse que o grande incidente desta segunda-feira foi o mais recente de uma série de abusos contra funcionários da ONU, incluindo disparos contra comboios e prisões pelas forças armadas israelenses em postos de controle, apesar da notificação prévia.

Ele enfatizou a necessidade de permitir que o pessoal da ONU desempenhe suas funções com segurança e protegê-los em todos os momentos, de acordo com o direito internacional humanitário, enfatizando que isso deve se aplicar a Gaza.

Ataques em Khan Younis

Em um comunicado à imprensa, coordenador das Nações Unidas para o Processo de Paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, condenou os ataques aéreos lançados por Israel terça-feira em uma área densamente povoada em um local designado como uma área humanitária em Khan Younis, onde muitos buscavam abrigo.

Segundo ele, as forças israelenses afirmam que os ataques atingiram militantes do Hamas que operavam em um centro de comando e controle embutido dentro da zona humanitária.

No entanto, ele enfatizou enfatizo que o direito internacional humanitário – incluindo os princípios de distinção, proporcionalidade e precauções no ataque – deve ser respeitado em todos os momentos e afirmou que civis não devem ser usados como escudos humanos.

Wennesland acrescentou que tais ações mais uma vez ressaltam a falta de um lugar seguro em Gaza. Ele reiterou seu apelo a todas as partes para que cheguem imediatamente a um acordo que leve à libertação de todos os reféns e a um cessar-fogo. Ele enfatizou a necessidade de parar a matança de civis e de acabar com essa “guerra horrível”.

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