Chefe de direitos humanos alerta para “abismo” iminente no Oriente Médio – EERBONUS
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Chefe de direitos humanos alerta para “abismo” iminente no Oriente Médio

Nesta segunda-feira, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, declarou estar “profundamente preocupado” com o risco crescente de um conflito mais amplo no Oriente Médio.

Turk apelou a todas as partes, e aos Estados com influência sobre elas, para que atuem urgentemente para acalmar o que se tornou uma situação “muito precária”.

“Abismo com consequências terríveis”

Para ele, os direitos humanos e acima de tudo, a proteção dos civis, devem ser a principal prioridade.

O alto comissário destacou que nos últimos 10 meses, os civis, na sua maioria mulheres e crianças, “já suportaram dores e sofrimentos insuportáveis ​​como resultado das bombas e das armas”.

Ele enfatizou que tudo deve ser feito para evitar que esta situação se transforme ainda mais em “um abismo que só terá consequências ainda mais terríveis para os civis”.

Destruição da autossuficiência alimentar

Uma análise recente de satélites da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO, relata danos generalizados às infraestruturas agrícolas em Gaza. Os impactos incluem destruição em mais de 57% do total das terras agrícolas, de 33% das estufas e perdas significativas em poços e painéis energia solar.

Uma grave escassez de forragem e água resultou na morte de cerca de 70% do gado desde outubro de 2023. Além disso, cerca de 70% da frota pesqueira da Faixa de Gaza foi dizimada. Apenas as atividades agrícolas, pecuárias e piscatórias de pequena escala continuam quando as condições de segurança permitem.

De acordo com dados publicados pela Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar, IPC, em 25 de junho de 2024, cerca de 96% da população da Faixa de Gaza enfrentará elevados níveis de insegurança alimentar aguda até setembro de 2024.

Uma pessoa carrega água pelas ruas de Gaza

Limitação da alimentação com enlatados

Nas condições atuais, quase meio milhão as pessoas correm o risco de morrer de fome. Esta estatística significa que um em cada cinco habitantes de Gaza enfrenta fome extrema e mais de 20% das pessoas no enclave passam dias e noites inteiros sem comer.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, as quantidades de ajuda alimentar internacional, constituída principalmente por alimentos enlatados não perecíveis, são insuficientes devido aos bloqueios.

Além disso, embora os alimentos enlatados e embalados sejam indispensáveis ​​e mantenham as pessoas vivas, estes produtos não podem substituir alimentos frescos e nutritivos como o leite, a carne vermelha e os vegetais.

Apoio à produção de leite

Reconhecendo esta lacuna nutricional, a FAO, apoiada pelos governos da Bélgica, Itália e Noruega, está a fornecendo forragem de cevada em Gaza para proteger os animais sobreviventes e aumentar a produção de leite.

O leite de ovelha e de cabra é particularmente benéfico para as crianças devido à digestibilidade mais fácil, menor lactose e rico teor de nutrientes, incluindo proteínas de alta qualidade e ácidos graxos favoráveis. Estes produtos lácteos são cruciais para a sobrevivência e as necessidades nutricionais das crianças.

A FAO também está ajudando os agricultores a ter acesso a suprimentos essenciais, como concentrados de forragens, folhas de plástico para estufas, tanques de água, vacinas para animais, kits veterinários e outros insumos. Esses itens são essenciais para restaurar os meios de subsistência e garantir a segurança alimentar.

Sistema agroalimentar

No entanto, a capacidade da FAO e de outras organizações humanitárias de prestar assistência essencial aos habitantes de Gaza depende de fatores críticos, como o estabelecimento de um cessar-fogo duradouro e a garantia de acesso desimpedido aos habitantes do enclave.

Segundo a FAO, Gaza já foi em grande parte autossuficiente na produção de vegetais, lacticínios, aves e peixe. Também produzia grande parte da carne vermelha e das frutas consumidas pela sua população.

No entanto, o conflito em curso destruiu terras, dizimando o sistema agroalimentar e paralisando quase completamente as atividades agrícolas. 

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