Em Paris-2024, demora que lembra o VAR suscita angústia – 02/08/2024 – O Mundo É uma Bola – EERBONUS
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Em Paris-2024, demora que lembra o VAR suscita angústia – 02/08/2024 – O Mundo É uma Bola

De quatro em quatro anos (quando uma pandemia não muda o calendário), os brasileiros que gostam de esporte, ou ao menos têm um mínimo de interesse, acompanham as Olimpíadas, em andamento neste momento na França.

Quando há um esportista brasuca envolvido, o interesse aumenta, e vamos lá dar aquela torcida para uma vitória, o avanço à final, a tentativa de medalha.

E nos deparamos com alguns esportes que são quase alienígenas, já que não estão costumeiramente expostos na grande mídia nem são amplamente comentados nas redes sociais. Casos de canoagem slalom e tiro com arco, por exemplo.

Entender as regras é um desafio, e os narradores e comentaristas se desdobram para que quem assiste entenda as regras e as peculiaridades das modalidades.

Aliás, nem precisa ser um esporte “alien” para haver dificuldade de entendimento.

O popularíssimo futebol, acompanhado dia a dia por milhões, desde a implementação do VAR (árbitro assistente de vídeo), gera dúvida jogo após jogo.

Ocorre um lance, o jogo para e, invariavelmente, pergunta-se: “Afinal, estão checando o quê?”.

E o VAR traz ainda um problema enorme, frequentemente na verificação do gol, feita toda vez que a bola balança as redes: a demora, que parece interminável.

Acontece até mesmo quando se verifica impedimento se houve na jogada –a tecnologia deveria acelerar o processo, mas nem sempre acelera.

Assim, muitas vezes, bem mais do que se deseja, há um tempo enorme, de vários minutos, para ser dado um veredicto.

Aí, se há mudança na marcação original, quem comemorou efusivamente o gol se frustra; e quem não comemorou passa a festejar, tardiamente, seja jogador, seja torcedor.

Com outras prioridades nos Jogos, não tenho visto com muita atenção as partidas de futebol em Paris-2024.

Porém lembrei-me do VAR ao acompanhar Rebeca Andrade e companhia na ginástica artística.

É realizada a apresentação em determinado aparelho (no feminino, são quatro: barras, trave, salto e solo), a ginasta conclui sua série (corre, pula, dança, equilibra-se, dá piruetas, aterrissa etc.) e vai para a área anexa, à espera da nota.

No nível olímpico, pelo que verifiquei, nota boa é acima de 13.5. Mais que 14 é muito boa. Passou de 14,5 é ótima. Acima de 15 é excelente. Abaixo de 13.5, razoável. Inferior a 13, ruim. Menos que 12.5, péssima.

A atleta, à espera do resultado, abraça o técnico (ou a técnica), sorri para a câmera, dá aquele tchauzinho, manda beijinho, faz coraçãozinho com as mãos.

Passa um minuto… a nota não vem. A ansiedade do espectador surge, e cresce a cada segundo. A ginasta, sem ter muito mais o que fazer, fica olhando para o alto (para onde está o placar), aguardando que algo apareça lá.

Passam dois minutos… a nota não vem. A ansiedade do espectador já virou angústia. A ginasta, segue lá, estática, no mesmo lugar, até ela parece um pouco incomodada com a morosidade.

Passam três minutos! Uma eternidade. Aí, súbito, surge a nota.

A ginasta geralmente se satisfaz, sorri, às vezes vibra. Menos geralmente, se mantém séria, não foi tão bem, errou, o resultado ficou aquém do desejado.

Para quem assiste na TV (ou na internet), uma sensação de alívio, acompanhada de um “até que enfim!”.

A ginástica não tem VAR. São setes os juízes que analisam dois itens (dificuldade e execução) em cada apresentação para emitir a nota.

Concluo que a análise deve ser extremamente minuciosa. Só isso para justificar tamanha lentidão.


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FONTE

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