Columbia viveu dia de maior tensão em atos contra guerra – 30/04/2024 – Mundo – EERBONUS
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Columbia viveu dia de maior tensão em atos contra guerra – 30/04/2024 – Mundo

A polícia da cidade de Nova York entrou na Universidade Columbia na noite desta terça-feira (30), em um novo esforço para dispersar os manifestantes pró-Palestina.

Imagens de TV da imprensa local mostraram um grupo de agentes de uma unidade de choque, equipados com capacetes e cassetetes, entrando na universidade localizada no distrito de Manhattan, que tem sido o epicentro os protestos estudantis que se espalharam por dezenas de instituições de ensino nos EUA.

“Estamos limpando tudo”, gritava a polícia enquanto marchava até a entrada do prédio, onde mais cedo o grupo de ocupantes havia construído barricadas com a mobília da própria unidade.

Depois de duas semanas de acampamentos no campus, um grupo invadiu um dos prédios da instituição durante a madrugada, horas depois de a instituição ter estabelecido um prazo para que eles desmontassem o acampamento erguido em protestos pró-Palestina no campus.

Quando amanheceu nesta terça, o campus estava em clima de tensão e fechado para quase todos, a não ser para os alunos residentes em dormitórios e para funcionários essenciais ao funcionamento do campus. Se mal se ouvia qualquer movimentação do lado de dentro, por fora havia bastante barulho.

Em ambas as entradas principais da universidade, na altura da Rua 116 com as avenidas Broadway e Amsterdam, os grupos se juntavam para entoar palavras de ordem em apoio aos ocupantes do Hamilton Hall. O histórico edifício acadêmico foi rebatizado por ora como Hind Hall, em homenagem a Hind Rajab, uma criança palestina de seis anos que morreu em decorrência da guerra Israel-Hamas.

Durante a manhã, no portão da Broadway, um grupo pequeno cantava pela liberação da Palestina, “viva a Intifada”, e pelo fim dos investimentos da universidade em Israel. Logo a ação mudou para o lado leste do campus, onde fica o Hamilton Hall.

Isso porque, pouco antes de meio-dia, no horário local, um grupo de encapuzados desfraldou duas bandeiras nas janelas do segundo andar, de frente para a avenida Amsterdam. Uma dizia “Palestina Livre” e outra homenageava Manuel “Tortuguita” Paez Teran, um estudante morto pela policia na Geórgia em 2023 durante outro protesto, este contra a construção de um centro de treinamento para policiais em Atlanta. Ao longo da tarde, outro dos ocupantes periodicamente subia ao terraço para agitar uma bandeira da Palestina.

Os manifestantes também usaram mesas para formar barricadas na entrada do edifício. Segundo o jornal americano The New York Times, muitos estudantes usavam capacetes, óculos de segurança e máscaras. Uma estudante usou um martelo para quebrar parte do vidro de uma porta.

O grupo Columbia University Apartheid Divest, que organiza o acampamento no campus, convocou pelo Instagram um protesto maior para as 14h, mas que só começou mesmo às 16h. Em menos de uma hora, um grupo com mais de 400 pessoas chegou. A maior parte usava lenços palestinos, máscaras cirúrgicas e óculos escuros, como uma forma de evitar a identificação.

Um casal de vendedores ambulantes cobrava de US$ 5 a US$ 12 por bandeiras palestinas, dependendo do tamanho; os lenços, chamados keffiyehs, custavam US$ 35. Mas havia um aviso para os interessados: os pretos esgotaram, só sobraram os vermelhos.

No início da noite, o Departamento de Polícia de Nova York e o prefeito da cidade, o democrata Eric Adams, disseram “agitadores externos” estão escalando os protestos e influenciando as ações dos estudantes. Em uma entrevista coletiva no fim da tarde, Adams e a vice-comissária de inteligência e contraterrorismo Rebecca Weiner disseram que alguns dos manifestantes envolvidos não são alunos da universidade e são conhecidos da polícia há anos. O comissário da polícia de Nova York afirmou que a corporação está pronta para agir, caso a universidade peça ajuda.

O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que a invasão do prédio representa uma “abordagem absolutamente errada” dos manifestantes. “Uma pequena porcentagem de estudantes não deveria ser capaz de interromper a experiência acadêmica e o estudo legítimo do restante do corpo discente. Os alunos que pagam para frequentar a universidade e querem estudar deveriam fazer isso sem interrupções”, disse.

Autoridades esperam que haja desmobilização nos próximos dias em função do fim do ano letivo. As aulas de alguns dos cursos em Columbia terminaram na segunda (29), segundo o New York Times. Os exames finais começam na próxima sexta (3) e continuam até 10 de maio. As cerimônias de formatura estão previstas para o próximo dia 15.

Na série de protestos, os manifestantes fazem três exigências principais: que a universidade se desconecte de empresas que apoiam as Forças Armadas de Israel, transparência nas finanças da universidade e anistia para os estudantes e professores punidos por suas participações nos atos.

As manifestações pró-Palestina dos últimos dias provocaram intenso debate nas universidades. Estudantes que protestam contra a ofensiva militar em Gaza, incluindo ativistas judeus pela paz, dizem estar sendo censurados por meramente criticar o governo israelense ou expressar apoio aos direitos dos palestinos. Outros grupos, porém, argumentam que a retórica dos protestos é antissemita e, portanto, não deve ser tolerada.

Além da Universidade Columbia, outras instituições começaram a punir alunos que participaram dos protestos. A Universidade de Nova York e a Universidade Cornell anunciaram a suspensão de estudantes que teriam ignorado ordens da direção.

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