Bolívia tem o apito mais rígido no futebol; Japão, o menos – 03/05/2023 – O Mundo É uma Bola – EERBONUS
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Bolívia tem o apito mais rígido no futebol; Japão, o menos – 03/05/2023 – O Mundo É uma Bola

A exibição de cartões é um termômetro para medir o rigor da arbitragem no futebol.

E faz mais de três anos que não existe um campeonato no qual os árbitros sejam mais austeros em relação à disciplina dos jogadores que o da Bolívia.

No país sul-americano, que não prima pelo futebol de primeiro nível, cada juiz mostra por partida, em média, 7,01 cartões aos times envolvidos: 6,46 amarelos e 0,55 vermelho –há uma expulsão, em média, a cada dois jogos.

É o que mostra estudo do Cies (Centro Internacional de Estudos Esportivos), sediado em Neuchâtel, na Suíça, publicado no fim de março.

O grupo de pesquisas do instituto analisou todas as partidas de 76 ligas espalhadas pelo planeta desde janeiro de 2020, em todos os continentes, até o dia 20 do terceiro mês do ano corrente.

A mais recente rodada do Campeonato Boliviano exemplifica a firmeza da arbitragem local.

Libertad Gran Mamoré 0 x 1 Guabirá teve 13 cartões erguidos pelo juiz Guildo Quenta (11 amarelos e dois vermelhos). No jogo do líder, The Strongest, vitória por 3 a 1 sobre o Blooming, Javier Revollo distribuiu 11 (todos amarelos).

Depois da Bolívia, os campeonatos líderes em advertências são o do Uruguai (6,48 cartões por jogo), o da Venezuela (6,43) e o do Equador (6,18).

O Campeonato Brasileiro da Série A ocupa a 25ª colocação (5,11 cartões por partida, sendo 4,82 amarelos e 0,29 vermelho), situando-se na metade superior da lista.

Na outra ponta do ranking está a segunda divisão do Japão, cujo campeonato soma menos de dois cartões (1,99) por partida, em média: 1,94 amarelo e 0,05 vermelho –uma expulsão a cada 20 jogos.

A diferença para a “campeã da austeridade” Bolívia, considerável, é de cinco cartões, em média, por jogo.

Não é só a Segundona japonesa –na rodada do fim de semana passado, 4 dos 11 jogos tiveram só um cartão (amarelo)– que apresenta um baixo índice de repreensões dos árbitros. A J-League (divisão de elite) tem média de 2,19 cartões por partida, sendo a segunda competição com menos reprimendas.

Na sequência dos campeonatos menos indisciplinados estão a primeira e segunda divisões da Holanda, com 3,09 e 3,13 admoestações por jogo, respectivamente.

O estudo não se aprofunda no concernente aos motivos pelos quais os cartões são exibidos, se são mais vezes por faltas violentas, por antijogo (cera, faltas táticas) ou por reclamações.

Também não é possível saber o nível de tolerância da equipe de arbitragem que atua em cada país.

Hipoteticamente, as ligas japonesas podem ter um baixo número de cartões porque os juízes deixam o jogo correr mais, ocorrendo o oposto no Campeonato Boliviano, o recordista de cartões.

Esse cenário, entretanto, é improvável. O mais lógico é concluir que os japoneses sejam, por natureza, mais disciplinados que não só os bolivianos, mas que os sul-americanos em geral.

Dos dez campeonatos em que os árbitros mais põem a mão no bolso nas partidas, seis estão na América do Sul: os já citados Boliviano, Uruguaio, Venezuelano e Equatoriano, mais o Peruano (6º, 6,02 cartões por jogo) e o Colombiano (9º, 5,77).

De acordo com o levantamento, Portugal é outro país em que os árbitros não economizam nos cartões. Tanto a segunda divisão (quinto lugar) como a primeira (oitavo) estão no top 10.

E os homens que antigamente vestiam preto (hoje usam cores das mais variadas) para comandar o espetáculo futebolístico gostam muito de ver o jogo correr sem paralisações por cartões na Terra do Rei.

Na Inglaterra, as quatro divisões analisadas pelo Cies ocupam posições de destaque, positivamente, no âmbito disciplinar. São 3,49 cartões em média na Premier League, 3,65 na Championship (Segundona), 3,70 na League One (Terceirona) e 3,53 na League Two (Quartona).

A seguir, as dez competições em que os árbitros exibem mais cartões por jogo, em média, e também as dez em que eles são mais econômicos.

  • Campeonato Boliviano: 7,01 (6,46 amarelos; 0,55 vermelho)
  • Campeonato Uruguaio: 6,48 (6,04 amarelos; 0,44 vermelho)
  • Campeonato Venezuelano: 6,43 (6,01 amarelos; 0,42 vermelho)
  • Campeonato Equatoriano: 6,18 (5,70 amarelos; 0,48 vermelho)
  • Campeonato Português (2ª divisão): 6,04 (5,72 amarelos; 0,32 vermelho)
  • Campeonato Peruano: 6,02 (5,55 amarelos; 0,47 vermelho)
  • Campeonato Costa-Riquenho: 6,02 (5,55 amarelos; 0,47 vermelho)
  • Campeonato Português: 5,90 (5,55 amarelos; 0,35 vermelho)
  • Campeonato Colombiano: 5,77 (5,44 amarelos; 0,33 vermelho)
  • Campeonato Ucraniano: 5,76 (5,41 amarelos; 0,35 vermelho)

  • Campeonato Japonês (2ª divisão): 1,99 (1,94 amarelo; 0,05 vermelho)
  • Campeonato Japonês: 2,19 (2,09 amarelos; 0,10 vermelho)
  • Campeonato Holandês: 3,09 (2,93 amarelos; 0,16 vermelho)
  • Campeonato Holandês (2ª divisão): 3,13 (3,00 amarelos; 0,13 vermelho)
  • Campeonato Norueguês: 3,27 (3,18 amarelos; 0,09 vermelho)
  • Campeonato Inglês: 3,49 (3,37 amarelos; 0,12 vermelho)
  • Campeonato Inglês (4ª divisão): 3,53 (3,37 amarelos; 0,16 vermelho)
  • Campeonato Sul-Coreano: 3,61 (3,44 amarelos; 0,17 vermelho)
  • Campeonato Inglês (2ª divisão): 3,65 (3,52 amarelos; 0,13 vermelho)
  • Campeonato Escocês (2ª divisão): 3,67 (3,51 amarelos; 0,16 vermelho)

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