O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pretende retirar o chefe das Forças Armadas, Valery Zaluzhny, do cargo. Segundo o jornal britânico Financial Times, essa é a maior mudança desde a invasão russa, em fevereiro de 2022.
A Zaluzhny, o presidente ucraniano ofereceu o cargo de conselheiro de defesa, proposta que o militar recusou. Apesar de ainda não revelar os motivos da mudança, alguns relatos da saída de Zaluzhny já foram parar na imprensa ucraniana.
Relação conflituosa entre Zelensky e o chefe militar da Ucrânia
Desde novembro, quando Zaluzhny admitiu a falta de êxito na contra-ofensiva ucraniana, a relação entre ele e Zelensky ficou mais delicada. O Financial Times informou que o militar caracterizou a guerra como “estagnada”.
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Zelensky rebateu o chefe das Forças Armadas da Ucrânia, afirmando que o cenário no campo de batalha era dinâmico. Em dezembro de 2023, Zaluzhny criticou o presidente por demitir todos os chefes de escritórios de recrutamento militar, em razão dos casos de corrupção.
A Ucrânia esperava retomar grande parte do território da Rússia e impedir o acesso de Moscou à Crimeia, mas não obteve êxito.
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Ainda não há definição sobre o substituto de Zaluzhny. Contudo, o comandante das forças terrestres da Ucrânia, Oleksandr Syrsky, e o diretor de inteligência militar do país, Kyrylo Budanov, são os dois possíveis candidatos ao cargo, segundo o jornal.
Zaluzhny é chefe das Forças Armadas da Ucrânia desde julho de 2021. Ele foi o líder ucraniano responsável por algumas das principais vitórias militares do país na guerra contra a Rússia. Uma delas, a defesa de Kiev, capital da Ucrânia, nos primeiros dias de guerra.
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Atribuiu-se ao possível substituto, Kyrylo Budanov, o assassinato de Daria, a filha do ideólogo nacionalista Aleksandr Dugin, em 2022.
Em setembro do mesmo ano, ele disse à revista norte-americana Time que mataria todos os russos que pudesse. O militar foi responsável pelo lançamento do drone contra o Kremlin.
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