A primeira rodada da Eurocopa terminou nesta terça-feira (18), sem gol de Cristiano Ronaldo, o maior artilheiro da história da competição (14 gols), no 2 a 1 de Portugal sobre a República Tcheca.
As seleções que melhor desempenho tiveram foram a anfitriã Alemanha (5 a 1 na Escócia), a Espanha (3 a 0 na Croácia) e a Romênia (3 a 0 na Ucrânia).
Houve também gols bonitos, em especial os que saíram em chute forte e/ou colocado, como o do alemão Füllkrug, o do romeno Stanciu e o do turco Müldür (no 3 a 1 na Geórgia).
O lance mais marcante aconteceu em França 1 x 0 Áustria, quando o craque Mbappé, ao tentar uma cabeçada, deu com o nariz em um rival. Fratura, porém ele não passará por cirurgia e pretende voltar a defender os Azuis usando uma proteção no rosto.
Vários momentos e personagens que chamaram a atenção dos fãs que acompanham o Europeu de seleções, que é disputado desde 1960 a cada quatro anos.
Nenhum, contudo, mereceu tanta atenção como um jogador específico: o húngaro Martin Ádám.
Isso mesmo tendo a sua seleção perdido da Suíça (3 a 1) e ele, atuado por somente cerca de 15 minutos, saindo da reserva e pouco pegando na bola.
Ádám virou o futebolista favorito dos internautas, com dezenas de comentários em redes sociais, devido ao visual e à compleição física.
Alto e forte (1,91 m e 86 kg), o atacante de 29 anos que joga pelo Ulsan, líder do Campeonato Sul-Coreano, tem uma barriga meio protuberante e uma barba volumosa, marcas que lhe renderam o apelido de “Viking Húngaro”.
“Atacante pançudo e com barba de lenhador, é uma ode ao futebol”, “Não se vê mais alguém com essa silhueta no futebol, e estou aqui para [ver] isso”, “Parece mais um jogador escocês de rúgbi” são alguns dos comentários no X (o antigo Twitter) feitos em referência a Ádám.
Houve quem o apelidasse o camisa 9 de “A Montanha Magiar” (magiar é sinônimo de húngaro) e “A Besta de Budapeste”, em alusão à cidade em que ele nasceu.
Desde o tempo em que Ronaldo Fenômeno engordara, já mais para o fim da carreira, desde o tempo em que o centroavante Walter jogava pelo Athletico-PR e pelo Goiás, eu não via um peso-pesado como Ádám desfilando em campeonato de ponta.
A identificação de muitos fãs do futebol com o húngaro aumentou quando, antes da Eurocopa, um repórter perguntou o que ele estava fazendo durante a edição anterior, em 2021.
A resposta: “Em casa, bebendo cerveja”.
Parcela considerável de torcedores gosta de uma cervejinha, isso é sabido sem precisar fazer pesquisa.
Cortejado como uma espécie de super-herói, Ádám comentou em entrevista a jornalistas o seu protagonismo, mesmo sem ter feito nada relevante em campo na competição germânica.
“As postagens? É claro que uma ou outra chegam até mim, e geralmente rio delas”, declarou, sem parecer se importar com os comentários. “Nasci assim, meu corpo tem essa forma. Não digo que eu era tão grande quando nasci, mas é genético. Não posso mudar.”
O que ele pode mudar, e para melhor, é a sua história nesta Eurocopa.
A Hungria tem pelo menos mais dois jogos a fazer, contra a Alemanha nesta quarta (19) e contra a Escócia no domingo (23).
Caso volte a jogar e marque um gol (ou mais), Ádám será alçado definitivamente à posição de ídolo duradouro do futebol.
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