O vereador Léo Mota (PDT-RS), do município de Fazenda Vilanova, a 90 quilômetros de Porto Alegre, criticou a presença de animais de rua na cidade. De acordo com o político, os bichos deveriam ser mortos se não estivessem dentro de casa.
Mota proferiu a declaração em 9 de outubro, em uma sessão da Câmara de Vereadores, mas só repercutiu nas redes sociais nesta semana.
Durante a sessão, o vereador relatou que um motociclista sofreu um acidente por desviar de um cachorro. Ele afirmou que a cidade estava com animais “por todo lado”, em virtude de “algumas pessoas irresponsáveis que colocam comida na rua” e criam “bandos” de cães.
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Logo na sequência, Mota disse a frase que viralizou nas redes sociais. “Gente, quem quer ter um cachorro, tem de ter em casa, preso no pátio e amarrado”, ressaltou. “Eu, na casa da minha mãe, temos [sic] quatro. Se sair do pátio e incomodar o vizinho, pode matar. Parabenizo quem matou. Tem que ser em casa.”
“Declaração mal interpretada”
Mota disse que sua declaração foi mal interpretada e que, durante o pronunciamento, não estava falando de cachorros abandonados, e sim de animais com tutores que são soltos nas ruas de Fazenda Vilanova. Segundo o parlamentar, esses cães entram em propriedades e mordem os moradores da cidade.
“Se um cachorro meu ir à propriedade do vizinho e matar os bichos do vizinho, e o vizinho matar o meu cachorro, não vou ficar inimigo do vizinho por isso”, disse o vereador. “Na realidade, quem tem a obrigação de cuidar do cachorro sou eu.”
O parlamentar salientou que não incentiva a violência contra os animais e que os críticos de seu discurso não entendem a situação de Fazenda Vilanova. Ele disse que os cachorros com tutores devem ficar presos dentro das casas, para que não circulem pelas ruas do município.
Mota afirmou também que recebeu ameaças nas redes sociais, depois da repercussão das declarações. Ele disse que entrará, em breve, com ações na Justiça.
Deputados pedem apuração do caso ao Ministério Público
Na terça-feira 31, os deputados federais Fred Costa (Republicanos-MG) e Delegado Bruno Lima (PP-SP) entraram com um ofício no Ministério Público do Rio Grande do Sul para denunciar Mota por apologia do crime de maus-tratos de animais. Os parlamentares cobraram que as autoridades gaúchas apurassem a declaração do vereador.
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A Câmara de Vereadores de Fazenda Vilanova publicou uma nota oficial, dizendo que “não compactua e não comunga de ideias e ações que atinjam os direitos constitucionais, em especial o direito à vida de qualquer espécie”.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado