A divisão brasileira do grupo Lola (sigla em inglês para Aliança das Mulheres pela Liberdade) recorreu à CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) pela soltura da venezuelana María Oropeza, opositora ao regime do ditador Nicolás Maduro que foi presa na última terça-feira (6).
Oropeza é advogada e atuou como chefe regional na campanha de adversários de Maduro —ela trabalha ao lado de María Corina Machado, a principal líder opositora, desde seus 16 anos. Durante a corrida eleitoral, foi uma das principais vozes contra a manutenção do ditador no poder.
A advogada também é líder da organização Lola em Portuguesa, província venezuelana onde foi detida. O grupo afirma que a prisão ocorreu sem justificativa ou premissas legais.
De acordo com o escritório da Lola no Brasil, desde a noite de terça, os familiares de María Oropeza não têm notícias de sua situação, com exceção de um vídeo apontado como intimidador e divulgado pela DGCIM (Direção de Contrainteligência Militar), responsável pela prisão.
Anne Dias, presidente da Lola no Brasil, disse que a organização decidiu recorrer à CIDH porque a prisão de María Oropeza representa uma “clara violação dos direitos humanos”. Ela pede que medidas urgentes sejam tomadas para garantir a liberdade e a segurança da advogada.
A advogada transmitiu sua prisão ao vivo em seu perfil numa rede social. No vídeo, é possível ver agentes da DGCIM quebrando o portão e entrando no local onde ela estava.
Até a manhã desta sexta-feira, a detenção da advogada se somava as 1.263 prisões feitas desde o dia seguinte à eleição, que ocorreu no último dia 28. O número foi apurado pela ONG Foro Penal, que acompanha a situação de presos políticos na Venezuela. Segundo o ditador Nicolás Maduro, o número de detidos passa de 2.000.