As forças de segurança da ditadura venezuelana que cercavam a embaixada da Argentina em Caracas abandonaram a área neste domingo (8), depois que o candidato da oposição nas eleições presidenciais, Eduardo González, deixou o país em direção à Espanha.
A informação foi inicialmente publicada por meios locais e confirmada pela Folha com membros do governo Lula (PT), que estão acompanhando a situação na missão diplomática. O Brasil se responsabilizou pelo edifício desde que o regime chavista expulsou os diplomatas argentinos do país.
Segundo o portal venezuelano Efecto Cocuyo, a embaixada também teve seu fornecimento de energia restabelecido —seis membros da oposição estão asiladas ali.
O regime liderado pelo ditador Nicolás Maduro anunciou no sábado (7) que havia retirado de forma unilateral a custódia brasileira sobre a missão, num gesto foi criticado por diversos países da região.
Brasília, por sua vez, afirmou que permaneceria responsável pelo local até que Buenos Aires designasse um novo país para representar seus interesses em Caracas.
O cerco imposto pela ditadura à embaixada começou na noite de sexta (6) e elevou a tensão entre os seis asilados no local. Entre eles está o membro da campanha de María Corina Machado, maior liderança da oposição ao regime de Maduro no país.
Pedro Urruchurtu Noselli, que está asilado ali desde 20 de março, publicou em seu perfil no Instagram imagens de homens armados e encapuzados que, segundo ele, limitaram o acesso à embaixada.
No fim da noite de sábado (7), Noselli escreveu que se “completavam 24 horas do assédio contínuo à residência” e da interrupção do fornecimento de energia ao prédio.
O caso gerou forte preocupação no governo Lula.
Neste domingo, o candidato que desafiou Maduro nas eleições de 28 de julho, Edmundo González, desembarcou na Espanha após ter recebido asilo político do país europeu.
Autoridades europeias informaram que, pouco depois do pleito, ele pediu abrigo para a embaixada da Holanda em Caracas. Depois, trasladou-se para a missão diplomática da Espanha. Após receber um salvo-conduto do regime, deixou o país.
A crise política na Venezuela se agravou desde as eleições de 28 de julho. As autoridades eleitorais controladas pelo chavismo declararam Maduro vencedor, mas o resultado foi prontamente questionado pela oposição e por líderes regionais.
A oposição criou um site para publicar cópias das atas eleitorais que comprovariam que González saiu vitorioso no voto popular.
Maduro tem sido pressionado a divulgar as atas em poder do governo, mas até o momento isso não aconteceu.