A Porsche está olhando com atenção para o desempenho das vendas do elétrico Taycan. Mesmo com crescimento nas vendas em 2023 na ordem de 15% (foram 242.722 veículos produzidos este ano frente a 221.512 veículos no mesmo período do ano passado), os números gerais podem ocultar uma crise que tem o Taycan na sua alça de mira.
O elétrico da Porsche lançado em 2019 teve seu melhor momento de vendas ainda na pandemia. De lá para cá os dados mostram queda ou, no máximo, estabilidade nas vendas.
No terceiro trimestre do ano as três versões do elétrico (Taycan, Taycan Cross Turismo, e Taycan GTS) chegaram a 9,894 unidades globalmente. Foi um alívio diante dos números dos dois trimestres anteriores.
De janeiro a setembro desse ano o Taycan registrou 27.885 unidades vendidas. Foi um bom crescimento frente às 25.073 unidades do mesmo período de 2022. Porém bem menos que as 28.640 unidades de janeiro a setembro de 2021. Assim, as vendas do Taycan não chegaram ainda ao patamar registrado há dois anos atrás.
Apesar do posicionamento em prol da eletrificação total não há dúvidas que a Porsche está de olho em um “caminho alternativo” que passa pelos híbridos. Na linha Cayenne e Panamera, a Porsche reforçou as opções híbridas da marca. A Porsche admitiu que havia dificuldades pela obtenção de insumos usados na produção dos veículos.
Mas também há uma crise de proprietários que reclamam da baixa autonomia e panes durante o uso do Porsche Taycan que é assunto frequente em fóruns relacionados ao veículo. O assunto já rendeu um mega recall de 43 mil unidades vendidas no mundo todo além de um primeiro recall convocado ainda em 2021.
Enquanto isso são os modelos a combustão que estão crescendo nas vendas. O Macan já registrou vendas até 26% melhores este ano em relação a 2022. O Cayenne recém renovado também cresceu 12% nas vendas. O Porsche 911 chegou a crescer 21% este ano enquanto o 718 subiu 13%. A demanda em conflito com a oferta já fez a Porsche abandonar o discurso contra os carros a combustão. Ao contrário; já não há uma data certa para que a marca deixe de oferecer carros a gasolina no mercado