A USP (Universidade de São Paulo) inaugura nesta quarta-feira (16) o Cepal (Centro de Estudos Palestinos), iniciativa que busca reunir pesquisadores da história e da cultura palestinas oriundos de diversos campos das ciências humanas.
O evento contará com a presença do autor palestino Atef Abu Saif, que lança o livro “Quero Estar Acordado Quando Morrer: Diário do Genocídio em Gaza” na capital paulista após passagem pela Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).
Participarão ainda o escritor Milton Hatoum, o cientista político e professor da USP Paulo Sérgio Pinheiro e o ex-ministro das Relações Exteriores Francisco Rezek. O atual chanceler, Mauro Vieira, o assessor internacional da Presidência, Celso Amorim, e o ex-embaixador brasileiro junto à Autoridade Palestina Alessandro Candeas farão aparições em vídeos pré-gravados.
Arlene Clemesha, professora de história árabe na USP que assume a direção do Cepal, afirma que sua fundação é um reconhecimento da extensão das crises que vêm assolando o Oriente Médio desde o início da guerra Israel-Hamas, em 7 de outubro de 2023. O Cepal “é fruto do momento histórico que estamos vivendo”, disse ela.
Um dos principais objetivos do Cepal é formar uma rede de acadêmicos que se interessam pelo tema da Palestina. O centro é interdisciplinar e congrega todos os 11 departamentos da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Também busca fomentar o intercâmbio com a academia palestina, incentivando a mobilidade de estudantes e de docentes.
Seus planos nesse sentido, ainda em fase de estudo, incluem convidar a cada ano um professor palestino para ministrar um curso na USP e, também anualmente, traduzir um livro raro da historiografia palestina.
Para concretizar esse projetos, o centro firmou uma colaboração com o Instituto de Estudos Palestinos (IPS, na sigla inglesa), lar do maior acervo documental palestino do mundo, com sede em Beirute, no Líbano. Também se vale de um acordo de cooperação anterior que a USP firmou com a Universidade de Birzeit, na Cisjordânia.
Por fim, segundo Clemesha, o Cepal busca responder às demandas da sociedade brasileira sobre a Palestina em um momento em que esse conhecimento se torna cada vez mais relevante. “A questão palestina se tornou um centro de conflitos no mundo.”