Os 27 países-membros da União Europeia (UE) concordaram, nesta quinta-feira, 1º, com o envio de um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia. O valor que será enviado é de € 50 bilhões (cerca de R$ 268 bilhões). As negociações chegaram ao fim depois de meses de oposição do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
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A decisão foi tomada durante a reunião extraordinária do Conselho Europeu, em Bruxelas, capital da Bélgica. A reunião foi para tratar do Orçamento de longo prazo do bloco.
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“Temos um acordo”, disse Charles Michel, presidente do Conselho Europeu. “Todos os 27 líderes concordaram com um pacote de apoio adicional de € 50 bilhões para a Ucrânia pelos próximos quatro anos, depois das ameaças de veto do premiê da Hungria.”
Michel também ressaltou que a decisão garante um “financiamento constante, de longo prazo e previsível para a Ucrânia”. Além disso, ele destacou que Bruxelas vai assumir a “liderança e a responsabilidade” do apoio a Kiev.
Conselho Europeu se comprometeu a fazer debate anual sobre a ajuda à Ucrânia
Para convencer a Hungria a aceitar o pacote de ajuda, o Conselho Europeu se comprometeu a fazer um debate anual sobre a utilização dos repasses à Ucrânia. O conselho poderá pedir à comissão que apresente uma proposta de revisão da ajuda daqui a dois anos.
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No entanto, os líderes rejeitaram uma sugestão de Orbán para instituir uma votação anual sobre a manutenção do auxílio à Ucrânia, país de fora da UE que foi invadido pela Rússia em fevereiro de 2022. Dessa forma, a Hungria não terá poder de veto.
“Hoje é um bom dia para a Europa”, comemorou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, usou sua conta do Twitter/X para agradecer aos 27 países do bloco pela ajuda. “Grato a Charles Michel e aos líderes da UE por estabelecerem o valor de € 50 bilhões para a Ucrânia.”
Reunião que aprovou ajuda à Ucrânia aconteceu em meio aos protestos dos agricultores em Bruxelas
Ao mesmo tempo da reunião do Conselho Europeu, agricultores protestam em Bruxelas contra as regras ambientais da UE. Eles também são contra os acordos comerciais como o que está sendo costurado com o Mercosul.
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Orbán manifestou apoio aos agricultores em vídeo publicado na noite desta quarta-feira, 31, no Twitter/X. “Vamos defender a voz do povo”, escreveu o primeiro-ministro húngaro. “Mesmo que os burocratas de Bruxelas nos chantageiem.”