O Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, precisa de cerca de US$ 1,2 bilhão para atender às necessidades urgentes de saúde sexual e reprodutiva de 48 milhões de pessoas.
O apelo humanitário lançado para 2024 prevê que o valor seja aplicado na prestação de serviços, implementação de programas essenciais de saúde reprodutiva e prevenção da violência baseada no gênero em 58 países.
Saúde sexual e reprodutiva
O plano é o maior apelo lançado até agora pelo Unfpa para lidar com a saúde sexual e reprodutiva. O Afeganistão se destaca por precisar de US$ 216 milhões, o maior montante do plano. Seguem-se o Sudão, o Iêmen, a Síria e a Ucrânia. A Somália e o Haiti também devem receber grande parte do auxílio.
Fatores como vários anos de conflito, pobreza, instabilidade política e a seca recorrente travam avanços para o caso afegão. Na área dos direitos das mulheres e das meninas “dois terços da população necessitam de assistência humanitária.”
A situação foi agravada no início de outubro com um terramoto de magnitude 6,3 que atingiu regiões do leste matando e ferindo milhares de pessoas. O desastre natural destruiu instalações de saúde em áreas que já eram mal cobertas e de difícil acesso.
Países mais perigosos do mundo para dar à luz
O Afeganistão é um dos países mais perigosos do mundo para dar à luz, com uma mulher morrendo a cada duas horas durante a gravidez ou o parto. O plano é apoiar iniciativas como a rede de casas de saúde familiar e parteiras comunitárias.
A agência assinala que uma em cada 22 pessoas no mundo necessita de apoio humanitário, enquanto o sistema global de auxílio enfrenta o défice de financiamento mais grave dos últimos anos.
O Unfpa destaca ainda a primeira vez em que o número de pessoas forçadas a deslocar-se superou os 100 milhões. Nesse contexto, sublinha que mulheres e meninas pagam um preço alto nas crises atuais e de uma forma inaceitável.
O pedido feito à comunidade internacional é que possa garantir que os serviços essenciais em áreas como saúde, segurança, dignidade e futuro das mulheres e meninas tenham prioridade na resposta humanitária.
66 milhões de mulheres, meninas e jovens
A agência quer atuar com parceiros para aumentar a prestação de serviços integrados de saúde reprodutiva para responder às necessidades imediatas de um grupo mais amplo. O alvo é alcançar cerca de 66 milhões de mulheres, meninas e jovens mais vulneráveis em emergências.
Entre as áreas de ação contam-se saúde materna, cuidados obstétricos emergenciais, planeamento familiar, além da prevenção e resposta à violência baseada no gênero.
Em 2024, o Unfpa pretende que o financiamento humanitário seja previsível e flexível para salvar vidas e garanta a proteção dos direitos e necessidades das mulheres e meninas em meio a várias crises sobrepostas.