O líder da ultradireita na Holanda, Geert Wilders, anunciou nesta quarta-feira (13) que sua força foi incapaz de formar um governo, ainda que tenha vencido as eleições de novembro, devido à falta de apoio dos partidos com os quais procurava formar uma coalizão.
“Só posso me tornar primeiro-ministro se todos os partidos da coalizão me apoiarem. E não foi o caso”, escreveu Wilders em seu perfil oficial no X, quase quatro meses após as eleições legislativas.
A vitória de Wilders, do Partido pela Liberdade, o PVV, causou surpresa em seu país e na Europa. Para formar maioria, ele tentou inicialmente se aliar ao partido liberal VVD, ao partido de agricultores BBB e aos centristas do NSC, mas todas as negociações fracassaram.
“Eu queria um governo de direita. Com menos asilo e imigração. Os neerlandeses em primeiro lugar”, escreveu, indicando as prioridades da ultradireita local —e, em grande parte, da ultradireita europeia.
No sistema político neerlandês, fragmentado, geralmente são necessários meses de negociações para a formação de um governo.
Em novembro, a força de Wilders conquistou 37 dos 150 assentos do Parlamento, de modo que ele precisa do apoio de outros 39 para alcançar uma maioria de 76. A imprensa local afirma que o país poderia agora caminhar para a formação de um governo de tecnocratas.
Citando fontes políticas em Haia, a emissora holandesa NOS disse que o Partido da Liberdade e outros três partidos conservadores que tentam formar uma coalizão de direita estavam considerando um cenário no qual seus líderes permaneceriam no Parlamento e não se juntariam ao novo governo.
Nesse cenário, conhecido como um gabinete “extra-parlamentar”, quando um governo é formado sem apoio ou participação de uma maioria parlamentar importante.
Políticos e especialistas não considerados intimamente aliados a nenhum dos partidos seriam nomeados para cargos de alto escalão no governo e trabalhariam em estreita colaboração com o Parlamento.
Wilders disse em 14 de fevereiro passado que estava disposto a considerar “todas as opções” para formar um governo, um governo minoritário ou um governo “extra-parlamentar”, em vez de convocar novas eleições e perder a chance de se ver representado.