Em maio, a Ucrânia registrou o maior número de vítimas civis em um único mês desde junho de 2023.
Dados do Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos confirmam a morte de pelo menos 174 civis e outros 690 feridos registrados durante o período. Metade dessas vítimas foram de combates ocorridos em Kharkiv.
Continuação da violência e destruição
Falando nesta sexta-feira no Conselho de Segurança, a vice-chefe humanitária, Joyce Msuya, disse que no mês de maio Kharkiv sofreu “o impacto mais pesado” do conflito.
Ela alertou que a possível continuação da violência e da destruição aumentarão tanto o sofrimento como a restauração de vidas e das comunidades destruídas.
De acordo com a representante, o efeito de longo prazo da guerra entre a Ucrânia e a Rússia “será sentido por várias gerações”.
Os alvos de ataques na segunda maior cidade ucraniana incluem centros de comércio, casas, estabelecimentos educacionais, lojas, prédios de escritórios, parques e transporte público.
Confrontos provocaram pelo menos 18,1 mil deslocados
Estimativas da Organização Internacional para as Migrações, OIM, indicam que os novos confrontos provocaram pelo menos 18,1 mil deslocados na região de Kharkiv.
Cerca de 50 organizações humanitárias atuam com as Nações Unidas na entrega de comida, água, roupas, roupas de cama, utensílios domésticos, dinheiro, além de assistência nos campos psicossocial e jurídico. Os beneficiários são mais de 12 mil pessoas em um centro de trânsito na cidade.
As condições são consideradas terríveis para os civis que permanecem nas áreas de fronteira e na linha de frente em Kharkiv. Segundo as Nações Unidas, muitos deles não têm acesso a alimentos, assistência médica, eletricidade e gás.
Os idosos são afetados de uma forma desproporcional pela situação, porque “muitas vezes não conseguem ou recusam deixar suas casas”. No norte de Kharkiv, a metade do total de mortos ou feridos após combates intensos tinha mais de 60 anos.
Danos físicos, psicológicos e emocionais
Desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a ONU verificou a morte de pelo menos 11 mil civis e mais de 21 mil feridos. Os dados reais podem ser ainda maiores.
Entre as maiores preocupações estão danos físicos, psicológicos e emocionais em crianças ucranianas. Cumulativamente, mais de 600 menores de idade já foram mortos e 1.425 ficaram feridos desde a escalada do conflito armado.
A estimativa é que acima de 1 milhão de crianças estejam entre os quase 4 milhões de deslocados internos e estas sejam “uma parte significativa dos 6,5 milhões de refugiados ucranianos registrados globalmente”.