O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump depositou nesta sexta-feira (8) uma fiança de US$ 91,6 milhões, ou cerca de R$ 456 milhões, como parte do processo judicial de difamação a qual responde no estado de Nova York.
No dia 26 de janeiro, Trump foi condenado a pagar US$ 83 milhões, ou cerca de R$ 410 milhões, por chamar a jornalista E. Jean Carroll, 80, de mentirosa depois que ela o acusou de tê-la estuprado anos antes. O republicano recorreu da decisão, mas tinha até 11 de março para depositar a quantia. Carroll não vai receber o dinheiro até o fim do processo, o que pode durar anos.
Em janeiro, um júri concluiu que Trump difamou Carroll em junho de 2019 ao negar que a tinha estuprado em uma loja de departamento em Nova York nos anos 1990. A acusação veio à tona em janeiro de 2019, quando Carroll publicou um artigo na New York Magazine com trechos do seu novo livro que relatavam o caso. Na época, Trump ainda era presidente dos EUA, e disse em um comunicado oficial que não a conhecia e a acusou de tentar lucrar com a denúncia.
Trump argumentou na Justiça que não teria obrigação de pagar a fiança, visto que Carroll estava “protegida financeiramente”, mas o juiz Lewis Kaplan recusou o pedido. Um porta-voz da campanha presidencial de Trump, que vai disputar a Casa Branca nas eleições desse ano contra o presidente, Joe Biden, disse que Trump fez o pagamento apesar do fato de que a sentença seria “parte de uma caça às bruxas do Partido Democrata”.
Trump ainda precisa pagar a fiança relacionada ao caso de fraude ao qual responde, também no estado de Nova York. No dia 16 de janeiro, o republicano foi condenado a pagar US$ 454 milhões, ou cerca de R$ 1,7 bilhão, por ter superestimado o próprio patrimônio a fim de conseguir empréstimos mais favoráveis.
O ex-presidente também recorreu, e a defesa dele ofereceu pagar US$ 100 milhões durante o processo, ou quase R$ 500 milhões, dizendo que depositar a quantia total seria impossível.
Além desses processos civis, Trump também responde a quatro acusações criminais, que incluem um suposto pagamento de propina a uma atriz pornô, e processos relacionados às suas tentativas de reverter o resultado da eleição de 2020 e ao seu envolvimento com o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.