O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou nesta quinta-feira (14) Robert F. Kennedy Jr. como secretário de Saúde. Ele é conhecido por defender teorias da conspiração, por seu ceticismo em relação às vacinas e apoiou o republicano na disputa pela Casa Branca.
“Por muito tempo, os americanos foram oprimidos pelo complexo industrial de alimentos e pelas empresas farmacêuticas, que têm-se envolvido em enganação e desinformação quando se trata de saúde pública”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social ao anunciar a escolha.
O Departamento de Saúde “terá um grande papel em ajudar a garantir que todos sejam protegidos de produtos químicos nocivos, poluentes, pesticidas, produtos farmacêuticos e aditivos alimentares que contribuíram para a esmagadora crise sanitária neste país”, disse Trump.
O presidente eleito havia indicado durante a campanha que pretendia entregar o cargo ao sobrinho do presidente assassinado John F. Kennedy.
Além de ser antivacina, Kennedy Jr já disse que recomendaria a suspensão da fluoretação da água encanada no país. Ele alega que o fluoreto é um resíduo industrial associado a diversas moléstias, entre as quais câncer ósseo, distúrbios do neurodesenvolvimento e redução do quociente de inteligência (QI).
O flúor é adicionado à água dos Estados Unidos desde 1945, mas a decisão sobre incluí-la é tomada por autoridades locais e não pelo governo federal. O mineral serve para fortalecer os dentes.
Após Kennedy desistir de sua candidatura independente à Presidência em agosto e apoiar o candidato republicano, Trump disse que o deixaria “agir livremente” com políticas de saúde e alimentação, o que alarmou muitos especialistas.
Conhecido como RFK Jr., Kennedy causou consternação em outros membros de uma das famílias democratas mais famosas dos Estados Unidos.
Assim como outros escolhidos para o gabinete de Trump, ele já foi um crítico ferrenho do magnata imobiliário de Nova York, chamando-o de “um ser humano terrível” em uma mensagem de texto em julho, segundo a revista New Yorker.
Kennedy era anteriormente um advogado ambiental respeitado e foi amplamente cotado para chefiar a Agência de Proteção Ambiental (EPA) sob o governo do ex-presidente democrata Barack Obama, mas acabou sendo preterido.
Sua candidatura presidencial incluiu alguns momentos curiosos, incluindo uma alegação de que se recuperou de um verme parasitário cerebral e uma admissão de que abandonou o cadáver de um filhote de urso no Central Park, em Nova York, após inicialmente pegá-lo para “esfolá-lo”.