A semana que passou definiu os semifinalistas da Champions League 2022/23: Real Madrid (que eliminou o Chelsea), Manchester City (que passou pelo Bayern), Milan (que tirou o Napoli) e Inter de Milão (que superou o Benfica).
Os duelos que decidirão os clubes que farão a final no dia 10 de junho, em Istambul (Turquia), são Real Madrid x Manchester City e Milan x Inter, com jogos nos dias 9, 10, 16 e 17 de maio (terças ou quartas).
Certamente há brasileiros que torcem por um desses times, eu diria que mais para o Real Madrid do que para os outros. A maioria dos fãs brasucas de futebol, contudo, têm predileção por um clube nacional.
Assim, entre os que estão nessa situação e adoram ver a Champions (quem não aprecia jogos fantásticos e emocionantes?), há algum motivo para escolher um desses quatro times nesta reta final?
Torcedor brasileiro geralmente gosta de ver jogador brasileiro se dar bem lá fora. Se o critério for esse, a indicação é optar pelo Real.
A equipe merengue conta com três brasileiros no elenco que disputa a Liga dos Campeões da Europa: o zagueiro Éder Militão e os atacantes Vinicius Junior e Rodrygo.
Nesse cenário, parodiando o célebre Galvão Bueno, que parecia que enfim iria se aposentar das narrações esportivas mas seguiu na ativa, com essa trinca “o Real Madrid é o Brasil na Champions League”.
Menos que na edição passada, quando o Real superou o Liverpool (de Alisson, Fabinho e Firmino) na decisão contando com Vini Jr., Militão, Rodrygo e Casemiro (hoje no Manchester United), além de ter Marcelo (de volta ao Fluminense) no banco.
Mas é o que tem para hoje. Vini Jr., Militão e Rodrygo estiveram com a seleção brasileira na Copa do Mundo de 2022, no Qatar, quando a equipe de Tite caiu nas quartas de final, nos pênaltis, diante da Croácia.
E todos eles vivem fase excelente.
O veloz Vini Jr., 22, é para mim o melhor futebolista brasileiro na atualidade e forte candidato a ser o melhor do mundo neste e nos próximos anos.
Já faz um biênio que o ex-flamenguista vem fazendo bonito tanto em gols como em assistências (Benzema tem que agradecer muito a ele). Em 2022/23, são 15 tentos e 12 passes para gol, considerando Champions League e Campeonato Espanhol (La Liga).
MIlitão, 25, ex-São Paulo, é o melhor zagueiro que o Brasil tem –a meu ver, superou Marquinhos (PSG).
Ele tem se mostrado firme na marcação, cometendo poucos erros, e é muito bom no ataque para um atleta de sua posição –marcou sete gols em 42 partidas nesta temporada, ou um gol a cada seis jogos.
Rodrygo, 22, de quem lembro e sempre lembrarei por ter desperdiçado sua cobrança na disputa de pênaltis contra os croatas na Copa qatariana, estranhamente ainda não é titular absoluto no time treinado por Carlo Ancelotti.
Quando o ex-santista está em campo, em vez de Asensio (ou de Valverde mais adiantado), fico com a nítida impressão de o Real jogar muito melhor. Na Champions, mais ainda, com os números ajudando a comprovar a eficiência de Rodrygo: atuou em dez jogos (oito como titular), anotou cinco gols.
Assim, quem quer ver (mais) brasileiros se dando bem, torcerá para o Real nas semifinais da Liga dos Campeões, competição que ganhou nada menos que 14 vezes, o dobro do Milan, o segundo no ranking.
O inglês Manchester City, oponente do time espanhol, que algum tempo atrás tinha quatro brasileiros no grupo (Ederson, Danilo, Fernandinho e Gabriel Jesus), hoje tem só um, o goleiro.
Ederson, reserva de Alisson na seleção brasileira, é titularíssimo de Pep Guardiola, homem de confiança do técnico na tentativa do clube inglês de faturar a sua primeira Orelhuda (a taça da Champions).
Entretanto, os astros do time são outros: o centroavante norueguês Haaland, a atual sensação mundial, e o meia belga De Bruyne.
Do outro lado da chave, no superclássico de Milão, há escassez de brasucas.
Só um pode aparecer das duas partidas no estádio Giuseppe Meazza: o atacante Junior Messias, 31, reserva no rubro-negro milanês, que aposta nos gols do francês Giroud (vice-campeão na Copa de 2022) e do português revelação Rafael Leão.
A Inter de Milão tem sob vínculo o lateral esquerdo Dalbert, porém uma lesão grave no joelho o alijou desta temporada.
Com o coletivo como ponto alto, o time que veste azul e preto apresenta como maior atração o titânico centroavante belga Lukaku –aquele que fez gol no Palmeiras na decisão do Mundial de Clubes em 2022–, que apesar da fama tem lutado para ganhar a posição do veterano bósnio Dzeko.