Pelo menos 569 pessoas da minoria birmanesa rohingya morreram ou desapareceram tentando fugir de Mianmar ou Bangladesh em 2023.
A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, disse que esse total é superado pelo de 2014 quando atingiu 730. Um novo estudo lançado em Genebra pede ações urgentes de proteção notando que 66% das vítimas eram crianças e mulheres.
Naufrágios graves
Em novembro passado, um incidente pode ter tirado 200 vidas quando o barco em que estavam afundou no Mar de Andamão. Ente janeiro e agosto, ocorreram pelo menos três naufrágios graves com 30 mortos e 177 desaparecidos.
Para o Acnur, estes números servem como “um lembrete ameaçador de que a incapacidade de agir para salvar pessoas em perigo provocou mortes”.
A agência destaca haver cada vez mais pessoas em desespero que perdem a vida sob o olhar de vários Estados costeiros. Os motivos incluem a falta de resgate e de um desembarque a tempo em local mais próximo que tenha segurança.
Relatos de sobreviventes que sofreram abuso e exploração
O Acnur anunciou que um total de 4,5 mil casos de morte ou desaparecimento já foi registrado de forma cumulativa durante tentativas de travessia do Mar de Andamão ou da Baía de Bengala.
De acordo com relatos de sobreviventes, eles sofreram abuso e exploração durante a viagem, incluindo violência baseada no gênero.
Estima-se que mais de 1 milhão de rohingyas vivem em campos de construção precária no distrito de Cox’s Bazar, em Bangladesh. A maioria deles deixou o território birmanês na sequência das operações militares registradas em 2017.
O Acnur diz que vem atuando com países afetados, refugiados e outros envolvidos para desenvolver uma resposta regional abrangente para abordar o tipo de viagens perigosas.
Reduzir a compulsão de realizar viagens
O apelo feito à comunidade internacional é que intensifique a execução dos compromissos que foram assumidos no Fórum Global de Refugiados realizado em Genebra em 2023.
O propósito é avançar com soluções para os rohingyas, aumentar sua autossuficiência e esperança, além de reduzir o impulso de realizar viagens perigosas de barco.
As embarcações frágeis e superlotadas são particularmente vulneráveis e suscetíveis a acidentes. O Acnur renovou o apelo de salvar vidas e pessoas em perigo no mar que classifica como “um imperativo humanitário, associado ao dever das nações de cumprir o direito marítimo internacional.”