Um terremoto de magnitude 4,8 atingiu a região da cidade de Nova York na manhã de sexta-feira (5), de acordo com o Serviço Geológico dos EUA (USGS, sigla em inglês). O tremor sacudiu edifícios e surpreendeu moradores em uma área que raramente experimenta atividade sísmica notável.
O epicentro do terremoto foi perto da estação Whitehouse, em Nova Jersey, disse o USGS. Não há informações sobre vítimas ou registros de danos, segundo o Departamento de Polícia de Nova York.
De acordo com o New York Times, o prefeito Eric Adams estava sendo informado sobre o terremoto e pretendia conceder entrevista de imprensa. “Embora não tenhamos relatos de impactos importantes neste momento, ainda estamos avaliando [os danos]”, escreveu Fabien Levy, porta-voz da prefeitura local.
Inicialmente, a agência de notícias Reuters divulgou que o terremoto registrou 5,5 de magnitude no tremor e depois alterou a análise para 4,7. Posteriormente, o Centro de Pesquisas Geológicas dos EUA confirmou que o terremoto teve 4,8 de magnitude.
“Passei a maior parte da minha vida em Nova York e não lembro de nada como isso”, diz Anna Oakes, jornalista americana de 29 anos. Ela relatou à Folha que achou, num primeiro momento, que se tratava de um tremor causado pelo metrô –algo comum na cidade. Mas percebeu que nunca havia sentido isso do quinto andar do prédio onde mora, no Brooklyn, e que o abalo foi ficando mais forte e mais longo.
“Então ficamos perto da porta, que é o que se deve fazer durante terremotos.” Oakes e outros moradores da cidade relataram à reportagem que receberam alertas de emergência quase 40 minutos depois do terremoto.
Ana Luiza de Claudio, que faz doutorado na Universidade de Columbia e mora perto do campus, estava comendo e ouvindo podcast em casa quando começou a perceber o tremor. “Tive que pausar porque estava tudo tremendo. Achei que fosse algo do edifício”, diz ela. “A geladeira e os armários começaram a tremer, caíram coisas de café da manhã, uma fruta e uma colher, da bancada.”
Os moradores da cidade receberam mensagem no celular via SMS alertando do abalo sísmico. O comunicado recomendou para os nova-iorquinos permanecerem em casa e ligarem para o número 911 caso estivessem machucados.
Moradores de Nova York receberam novo alerta pelo celular de que tremores secundários ainda podem ser sentidos, mas que não é preciso interrromper suas atividades usuais
Durante uma transmissão ao vivo de uma partida de jogo online, o streamer conhecido como Oceane, registrou o terremoto. No vídeo, ele reage ao tremor: “Mano, tá tendo um terremoto em NY, p*rra!”
Charita Walcott, uma moradora de 38 anos do bairro do Bronx, em Nova York, disse que o terremoto pareceu “um estrondo violento que durou cerca de 30 segundos ou mais”. “Era como estar em uma roda de tambores, aquela vibração”, disse ela.
Stephanie Lucchese, artista plástica que mora em Prospect Heights, no Brooklyn, relata que o tremor parece ter sido mais leve na região do que em outras áreas da cidade. Ela, que estava saindo de casa quando o terremoto começou, comparou ao tremor à sensação de sentir, no nível da rua, um trem passando no subterrâneo.
Nas redes sociais, o Empire State Building, famoso edifício de Nova York, brincou com o ocorrido. “Eu estou bem”, publicou no X.
Após o tremor, os aeroportos da área metropolitana de Nova York começaram a realizar inspeções nas pistas, disse um porta-voz da Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey.
Os aeroportos John F. Kennedy e La Guardia foram liberados, enquanto os voos de partida do Newark Liberty permaneceram suspensos até o início da tarde.
O tremor desta sexta foi comparado com um evento sísmico em 23 de agosto de 2011, que aconteceu em Mineral, cidade localizada no estado norte-americano de Virginia. Esse terremoto passado teve magnitude de 5,8, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA. Segundo o New York Times, a agência também disse que o tremor afetou pontos turísticos como Catedral Nacional e o Monumento a Washington, bem como muitas residências particulares.
Colaborou Carolina Moraes, de Nova York