Um comboio de tanques e outros veículos blindados de Israel deixou a Faixa de Gaza e atravessou a fronteira israelense nesta sexta-feira (24), horas após a entrada em vigor do acordo que estabelece o primeiro cessar-fogo na guerra com o Hamas, segundo relatos da agência de notícias Reuters.
A trégua de quatro dias entre Israel e Hamas entrou em vigor às 7h no horário local (2h em Brasília) desta sexta. O tratado ainda prevê a libertação de 50 reféns mantidos pela facção terrorista em Gaza —os primeiros 13 devem ser soltos às 16 horas locais (11h em Brasília)— e a soltura de 150 prisioneiros palestinos em território israelense. Tratam-se dos primeiros sinais de distensão após semanas de guerra.
O acordo teve a mediação do Qatar e foi anunciado na quarta-feira (22). A depender de avanço nas negociações, a trégua poderá ser prorrogada.
Até a manhã desta sexta não haviam sido relatados bombardeios ou ataques com foguetes significativos, embora o Hamas e os militares de Israel acusaram violações esporádicas. Em cidades ao sul de Gaza, que abriga milhares de famílias deslocadas da região norte, as ruas foram tomadas por civis.
No céu, aviões israelenses haviam cessado os bombardeios, mas lançaram panfletos com mensagens de advertência. “A guerra não acabou. […] Retornar ao norte é proibido e é muito perigoso.”
Toda a operação será monitorada de Doha, capital do Qatar. O país foi o principal articulador do acordo, que contou ainda com as participações dos Estados Unidos e do Egito, e mantém linhas diretas de comunicação com Israel, lideranças políticas do Hamas e a Cruz Vermelha.
Já em Israel, quinze minutos após o início da trégua, as sirenes de alerta antiaéreo foram ativadas em várias localidades próximas à fronteira com Gaza. No balneário de Eilat, os militares alertaram para um possível ataque de longo alcance vindo do Iêmen, onde rebeldes houthis declararam apoio ao Hamas.
Lideranças do Hamas reforçaram nesta sexta “uma paralisação total das atividades militares” por quatro dias, durante a qual 50 reféns serão liberados. Para cada um deles, “três presos palestinos” serão soltos, disseram. Israel divulgou uma lista de 300 palestinos (33 mulheres e 267 menores de 19 anos) que são considerados aptos a serem libertados. Entre eles, há 49 integrantes da facção que controla Gaza.
Toda a operação será monitorada de Doha, capital do Qatar. O país foi o principal articulador do acordo, que contou ainda com as participações dos Estados Unidos e do Egito, e mantém linhas diretas de comunicação com Israel, lideranças políticas do Hamas e a Cruz Vermelha.
Na manhã desta sexta, uma fonte de segurança egípcia disse à agência de notícias AFP que uma delegação de segurança de seu país estará em Jerusalém e Ramallah para garantir o “respeito à lista” de presos palestinos liberados.
Também à AFP uma autoridades do Hamas disse que a entrega destes reféns será feita “secretamente, longe da imprensa”.