O Escritório de Direitos Humanos da ONU nos Territórios Palestinos expressou profunda preocupação com o impacto das crescentes operações militares de Israel em Gaza nas organizações da sociedade civil locais.
Entidades do setor sofrem “ameaças e intimidações persistentes de Israel”, revela uma nota emitida esta sexta-feira em Genebra. Vários funcionários de ONGs foram mortos, feridos, detidos e deslocados diversas vezes desde o início dos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro seguidos por atos de retaliação de forças israelenses.
Danos na infraestrutura física
Além de perder familiares, amigos e comunidades, tal como a população de Gaza, as pessoas que administram e atuam nestas organizações também encaram desafios como danos em infraestrutura física, incluindo escritórios e bens.
Em nota separada, a Agência da ONU de Assistência aos Palestinos, Unrwa, aponta casos de abrigos superlotados e falta de higiene que ajudam a espalhar doenças infecciosas em Gaza.
Ao pedir acesso seguro e irrestrito, a agência revelou que continua fornecendo assistência médica a pessoas vulneráveis, incluindo crianças e idosos. No entanto, as vacinas e os medicamentos “estão longe de ser suficientes”.
Cessar-fogo imediato e libertação de reféns
Na quinta-feira, o alto comissário da ONU para Refugiados, Fillipo Grandi apontou Gaza como um exemplo de fuga de civis aterrorizados por causa das violações que acontecem após os ataques do Hamas e durante a ofensiva israelense.
O chefe da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, ressaltou os pedidos de um cessar-fogo imediato, da libertação de reféns, da retomada total da ajuda humanitária e de um retorno a um processo de paz real.
Grandi defendeu ainda “o direito universal de busca de asilo”, lembrando particularmente “a obrigação legal internacional de uma potência ocupante de não forçar a população civil a fugir do território que ocupa”.
O chefe do Acnur alertou para o potencial de “outro êxodo forçado de palestinos”, enfatizando que essa situação “criará mais um problema intratável e tornará impossível encontrar uma solução para o conflito de décadas”.