Isolado desde o início da semana, quando recebeu um diagnóstico de Covid-19, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou em nota nesta sexta-feira (19) que pretende retomar sua agenda de campanha na semana que vem.
Segundo o médico do presidente, ele continua a apresentar sintomas leves, como tosse e rouquidão, mas “eles melhoraram significativamente”.
Mais cedo, a chefe de sua campanha, Jen O’Malley Dillon, tinha afirmado que o líder pretendia voltar a participar de comícios em uma entrevista à rede americana MSNBC. “Ele com certeza está na corrida”, disse.
O anúncio se dá em um momento em que o presidente dos EUA, que tem 81 anos, enfrenta cada vez mais pressão de seus correligionários do Partido Democrata para abandonar a disputa. Seu desempenho vacilante em um debate contra Trump no final do mês passado fez as incertezas acerca de sua capacidade cognitiva se intensificarem.
Até agora, 30 dos 264 legisladores da sigla eleitos, ou mais do que 1 a cada 10, pediram publicamente que Biden desistisse da candidatura. Além disso, um grupo de membros do partido chegou a veicular uma propaganda de TV em Washington e em Rehoboth, Delaware —onde o presidente costuma passar férias— na qual apresenta democratas da Pensilvânia instando Biden a passar o bastão.
O New York Times relatou nesta sexta que a vice-presidente Kamala Harris conversará nesta sexta com alguns dos principais doadores do partido. Não se sabe, contudo, que mensagem ela pretende passar para o grupo durante a ligação, marcada em cima da hora. Questionada, a campanha não comentou a notícia.
A decisão de Biden de retomar a agenda de comícios contradiz a informação, dada por diferentes membros do alto escalão da sigla, de que os próximos eventos da campanha tinham sido cancelados. Na quinta (18), vários deles haviam dito que a saída do presidente da corrida era uma questão de tempo.
Um comitê do Partido Democrata se reunirá nesta sexta para discutir um processo de votação virtual para nomear Biden como o candidato da legenda à Presidência antes do início da convenção da sigla, em 19 de agosto, em Chicago.
Mas mesmo esse processo tem sido um ponto de controvérsia entre os já divididos democratas.
Críticos à candidatura do presidente acusam o processo de ser um esquema para antecipar a oficialização da candidatura de Biden e, desse modo, poupá-lo de uma batalha ao vivo durante a convenção em Chicago.
O Comitê Nacional Democrata nega, porém, que seu objetivo com a votação seja acelerar o processo, e promete que nenhuma votação ocorrerá antes de 1º de agosto.
Segundo o comitê, o pleito é uma burocracia necessária para se certificar de que o nome de Biden estará nas células de votação em Ohio, uma vez que o estado tem uma lei que exige que candidatos presidenciais sejam nomeados até 7 de agosto. Mas o governador de Ohio, Mike DeWine, assinou uma lei que estende esse prazo para 31 de agosto —depois, portanto, da convenção do Partido Democrata.
Legisladores eleitos do Partido Democrata que pediram que Joe Biden desista da candidatura à Presidência do EUA
Senadores
- Martin Heinrich (Novo México)
- Jon Tester (Montana)
- Peter Welch (Vermont)
Deputados
- Earl Blumenauer (Oregon)
- Ed Case (Havaí)
- Sean Casten (Illinois)
- Jim Costa (Califórnia)
- Angie Craig (Minnesota)
- Lloyd Doggett (Texas)
- Jesus “Chuy” Garcia (Illinois)
- Raul Grijalva (Arizona)
- Jim Himes (Connecticut)
- Jared Huffman (Califórnia)
- Greg Landsman (Ohio)
- Mike Levin (Califórnia)
- Zoe Lofgren (Califórnia)
- Seth Moulton (Massachusetts)
- Scott Peters (Califórnia)
- Brittany Pettersen (Colorado)
- Mark Pocan (Wisconsin)
- Mike Quigley (Illinois)
- Pat Ryan (Nova York)
- Adam Schiff (Califórnia)
- Brad Schneider (Illinois)
- Hillary Scholten (Michigan)
- Mikie Sherrill (Nova Jersey)
- Adam Smith (Washington)
- Eric Sorensen (Illinois)
- Greg Stanton (Arizona)
- Marc Veasey (Texas)