O governo do Japão finalmente decidiu abandonar o uso de disquetes e CD-ROMs para o recebimento de determinados tipos de requerimentos em órgãos públicos. A mudança foi confirmada em uma medida publicada no último dia 22 de janeiro, corroborando planos de modernização do sistema que ganharam força nos últimos anos.
De acordo com o anúncio feito pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI), 34 portarias referentes à utilização das mídias físicas no envio de documentos oficiais foram alteradas, extinguindo a exigência. A decisão afeta setores como energia, mineração e fabricação de armas.
Muito populares nos anos 1990, os disquetes não têm capacidade para armazenar uma foto feita com o celular.Fonte: Getty Images/Reprodução
Antes desta medida mais recente, cerca de 1.900 procedimentos realizados em órgãos do governo do Japão exigiam que documentos e solicitações remetidas a tais entidades fossem submetidas por meio dos antigos dispositivos de armazenamento. A obrigação era válida tanto para pessoas físicas quanto empresas.
Se um cidadão japonês precisasse realizar um serviço em um órgão com essa exigência, por exemplo, deveria submeter os documentos relacionados à demanda em uma mídia física. Trata-se de uma situação semelhante ao envio da declaração do Imposto de Renda em disquetes que foi oferecido no Brasil durante alguns anos.
Mudança não deve ser tão rápida
Apesar da determinação do METI em trocar os dispositivos obsoletos por métodos mais eficientes no armazenamento e transferência de dados, alguns serviços oferecidos por órgãos da administração japonesa ficaram de fora da medida. Governos locais e o Ministério da Justiça estão entre as entidades que resistem à mudança, segundo a imprensa local.
Dessa forma, é possível que a transição para o armazenamento na nuvem e outras soluções mais modernas e seguras ainda deve demorar a ser finalizada. Vale lembrar que a disponibilidade dos velhos disquetes já não é tão grande, uma vez que a Sony, última grande fabricante do segmento, parou de produzi-los em 2011.
Além de órgãos do Japão, os pequenos discos com capacidade de 1,44 MB são utilizados, atualmente, em diferentes indústrias, como as das áreas de medicina, bordados, fabricação de aviões e moldagem de plástico. A Força Aérea dos Estados Unidos também dependia deles até 2019, quando deixou de usá-los em um sistema de controle de lançamento de bombas.