A luta dos civis palestinos no norte de Gaza é insustentável. A declaração é do secretário-geral da ONU, António Guterres. Em comunicado, neste domingo, ele afirmou que o cerco de Israel ao norte de Gaza está forçando milhares de pessoas a fugir de suas casas novamente.
O Ministério da Saúde de Gaza, o território controlado pelo grupo Hamas, informa que mais de 60 mil pessoas foram mortas desde 7 de outubro de 2023, quando Israel atacou a região em resposta aos atentados a alvos israelenses, ocorridos no ano passado.
Pessoas embaixo de destroços, famílias separadas
Muitos palestinos que fugiram do norte de Gaza têm medo de não serem capazes de retornar aos seus lares. Em nota, emitida pelo seu porta-voz, Guterres se disse chocado com os níveis angustiantes de morte, ferimentos e destruição no norte da região. Muitos civis estão presos em destroços causados por explosões. Vítimas doentes e feridas não têm como receber socorro. Famílias palestinas estão sendo separadas, muitos civis têm sido presos e várias pessoas estão sofrendo com falta de alimentos e abrigos.
Guterres contou que esforços constantes para entrega ajuda humanitária e outros itens cruciais para a sobrevivência dos civis têm sido negados pelas autoridades de Israel com pequenas exceções.
Crianças sob risco de contraírem poliomielite
O adiamento da fase final da campanha de imunização contra poliomielite colocou a vida de milhares de crianças em risco.
No comunicado, o secretário-geral da ONU alertou para o que chama de uma devastação em massa, causada pelas ações militares israelenses no norte de Gaza, principalmente nas áreas de Jabalia, Beit Lahiya e Beit Hanoun.
O líder das Nações Unidas ressalta que o conflito procede com pouca atenção ao que dita o direito internacional humanitário.
Trabalhadores humanitários e civis têm de ser protegidos
António Guterres destacou que todos num conflito têm de respeitar e proteger os civis incluindo os trabalhadores humanitários, que não podem ser impedidos e prejudicados em sua atuação.
Ele encerrou o comunicado reiterando seu apelo para um cessar-fogo imediato, a libertação também imediata e incondicional de todos os reféns feitos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, além de prestação de contas para crimes contra a lei internacional.