Um relatório das Nações Unidas revela a realidade de um sistema de gerenciamento de resíduos sólidos que entrou em colapso na Faixa de Gaza.
A nova avaliação do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, ressalta que é preciso ter US$ 62 milhões em 18 meses para ampliar as operações de gerenciamento do lixo prevenindo riscos catastróficos à saúde pública.
Crescentes riscos à saúde pública
A agência pede uma resposta urgente ao problema devido aos crescentes riscos.
O Pnud destaca ainda que em Gaza falta acesso a grandes aterros sanitários e resíduos se acumulam em mais de 140 locais de despejo temporários. A situação causa graves riscos à saúde e ao meio ambiente, incluindo “um pico de doenças diarreicas e infecções respiratórias agudas”.
Quase 1 milhão de casos de infecções respiratórias agudas foram confirmadas desde 7 de outubro, quando começou o conflito Israel-Hamas na sequência de ataques do grupo armado ao território israelense que levaram à retaliação de Israel.
Os dados revelam que aproximadamente 575 casos de diarreia aguda foram registrados numa realidade em que houve 100 mil casos de icterícia. Para os autores do relatório, o número real de casos pode ser muito maior.
Necessidades imediatas
O Pnud lista entre as necessidades imediatas o acesso aos principais aterros sanitários, fornecimento de combustível e financiamento para novos equipamentos com vista a restaurar as atividades de gerenciamento de resíduos sólidos.
As Nações Unidas lideram a força-tarefa sobre o tema, tendo o Pnud na liderança desde junho. Este ano, dois projetos recolheram 680 toneladas de resíduos por dia em áreas como Rafah, Khan Younis e Área Central.
Até julho passado, esses projetos coletaram 90 mil toneladas de lixo, sendo que isso representa 60% do total diário de 1,1 mil toneladas produzidas no sul de Gaza.
O Pnud conta com uma frota de 20 veículos em operação, enquanto para uma resposta imediata ao problema necessitaria de 100 contêineres.