O fluxo de repatriados e refugiados do Sudão para o vizinho Sudão do Sul aumentou pela metade em outubro na comparação com o mês anterior.
Desde o início do conflito em abril, as Nações Unidas confirmaram que mais 366 mil pessoas deixaram o território sudanês e atravessaram a fronteira entre os dois países.
Receios de novos deslocamentos
O conflito entre Forças Armadas do Sudão e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido, RSF, se expande para o sul aumentando receios de novos deslocamentos que tornariam mais difícil a resposta que já está sobrecarregada.
Para a comunidade humanitária, a grande ameaça é que faltem fundos para ações essenciais até o final do ano. O Plano de Resposta de Emergência para repatriados e refugiados no Sudão do Sul obteve apenas 14% dos recursos necessários para este ano.
As agências humanitárias defendem que é essencial garantir a entrega de auxílio alimentar e nutricional, bem como instalações adequadas de saneamento e higiene e serviços de transporte.
Desde o início dos combates, a Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, estima que mais de 4,5 milhões de pessoas tenham fugido das suas casas para outras áreas sudanesas. Mais de 1,2 milhão partiu para o Chade, o Egito, a Etiópia e a República Centro-Africana.
Novos combates na região de Darfur
O Acnur classifica a crise humanitária como “inimaginável” em todo o Sudão. As preocupações da agência crescem na sequência dos recentes deslocamentos provocados pelos novos combates na região de Darfur.
Crianças continuam a morrer devido à situação gerada pela falta acesso a alimentos, abrigo, água potável ou outros bens essenciais. Um dos casos mais graves é o do estado do Nilo Branco onde não há medicamentos, pessoal e suprimentos básicos.
A agência destacou que teve menos de 40% de fundos do Plano Regional de Resposta aos Refugiados para os países vizinhos que acolhem refugiados sudaneses. No total, o Acnur precisa de US$1 bilhão para a atuação em cinco países.
Um apelo separado para cobrir as necessidades humanitárias no Sudão foi coberto em apenas um terço. A meta é atingir 18,1 milhões de pessoas com US$ 2,6 bilhões.