Completam-se nesta sexta-feira (9) exatos seis meses da dolorosa eliminação da seleção brasileira da Copa do Mundo do Qatar.
Também em uma sexta-feira, o Brasil, com o jogo aparentemente controlado, teve um minuto de bobeira na marcação que bastou para a Croácia achar o empate perto no fim da prorrogação. Nos pênaltis, sabemos o que aconteceu.
Passados esses seis meses da queda na cidade de Al Rayyan, a seleção ainda não definiu um treinador para substituir Tite, que deixou o cargo após fracassar em duas Copas seguidas.
A demora deve-se à esperança da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de conseguir convencer Carlo Ancelotti a assumir o cargo.
Uma esperança que não deve se concretizar, já que o italiano disse várias vezes que pretende continuar à frente do Real Madrid –tem contrato por mais uma temporada.
Em vez de se dar por derrotada e escolher um novo nome (Fernando Diniz?, Renato Gaúcho?), a CBF prefere postergar a indefinição, mantendo Ramon Menezes como interino.
Essa falta de direção definida, com a escolha dos jogadores para amistosos sendo feita por um treinador tampão –é muito improvável que Ramon seja efetivado, até porque naufragou com a seleção sub-20 no Mundial, dias trás–, mergulha a seleção na incerteza.
Os convocados de agora podem não ser os de depois. Cada treinador tem suas preferências, e mesmo nomes consolidados na equipe, com Copa no currículo, têm chance de serem descartados sem necessidade de justificativa.
Dos 26 que estiveram no Mundial qatariano, 14 figuram entre os 23 convocados para os amistosos deste mês, contra Guiné, dia 17 na Espanha, e Senegal, dia 20 em Portugal. Mais do que os dez que integraram o grupo derrotado pelo Marrocos no amistoso de março.
Ramon prestigiou nas duas vezes os goleiros Ederson e Weverton, o lateral Alex Telles, o zagueiro Éder Militão, o volante Casemiro, o meia-atacante Lucas Paquetá e os atacantes Rodrygo e Vinicius Junior, dos que foram à Copa de 2022, e, dos ausentes nela, o zagueiro Ibañez, o volante André, o meia-atacante Raphael Veiga e o atacante Rony.
Essa dúzia pode ser considerada a base em que Ramon confia, ou em que quer confiar.
Eu acrescentaria ao grupo o goleiro Alisson, o lateral Danilo, o zagueiro Marquinhos, o volante Bruno Guimarães e os atacantes Pedro e Richarlison, que estiveram no Mundial e estão na lista atual.
Neymar, em recuperação de cirurgia no tornozelo, certamente seria convocado caso estivesse em condição de jogo.
São esses 18 jogadores (19 com Neymar) que começariam um trabalho de preparação, aliada ao entrosamento, com vista à próxima convocação, que já será para jogos das Eliminatórias da Copa de 2026 –os primeiros adversários do Brasil, em setembro, serão Bolívia e Peru.
Começariam, no condicional.
Pois, com a (tardia) definição do novo técnico, que espera-se saia até o fim deste mês ou no máximo no começo do próximo, “tudo pode mudar”, como cantava a Virginie do Metrô nos anos 1980.
E, em tudo mudando, serão seis meses e mais um pouco jogados fora no ciclo que tem como objetivo a conquista do hexa, frustrado Copa após Copa, cinco ao todo, desde a de 2006.
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