A seca causada pelo fenômeno climático El Niño representa um risco de escassez de alimentos em Timor-Leste, diante da dependência do país da agricultura de sequeiro, desenvolvida na época chuvosa.
O alerta urgente de segurança alimentar foi emitido pelo governo nesta terça-feira, juntamente com o Programa Mundial de Alimentos, PMA, e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO.
Poucas chuvas até 2024
Timor-Leste já dá sinais claros de seca em 12 dos 14 municípios, com base em dados oficiais. O país enfrenta a possibilidade iminente de uma estação seca prolongada induzida pelo El Niño e previsões de baixa precipitação até o início de 2024, o que afetará severamente a agricultura.
A Representante e Diretora Nacional do PMA, Alba Cecilia Garzon Olivares, disse que “os atuais níveis de insegurança alimentar em Timor-Leste já afetam 22% da população, impactando 300 mil pessoas”.
Segundo ela, “os impactos antecipados do El Niño podem mergulhar a população ainda mais nos extremos da fome”.
A última seca do El Niño afetou mais de um terço de todas as famílias, com três em cada 10 pessoas no país sofrendo escassez de alimentos entre 2015 e 2016.
Ações imediatas
O alerta de outubro descreve as ações que estão sendo tomadas para preparar as comunidades em todo o país.
O documento também inclui as análises e dados mais atualizados sobre os municípios em risco, com Oecusse, Viqueque e Liquica atualmente avaliados como o nível de risco mais elevado.
O alerta estabelece uma série de ações de mitigação imediatas e de médio prazo, incluindo a necessidade urgente de prontidão operacional para adquirir arroz em escala para aumentar a reserva nacional de grãos.
Além disso, é necessário garantir o armazenamento seguro e o pré-posicionamento de alimentos e apoiar os agricultores com melhorias na agricultura e na distribuição de água.