São Tomé e Príncipe acolheu na última semana a 1ª Conferência Internacional sobre Biodiversidade conectando representantes de vários setores econômicos.
As Nações Unidas e o Banco Africano de Desenvolvimento, BAD, apoiaram a iniciativa realizada para melhorar a capacidade do país para atrair e aprimorar financiamentos para setores ligados à biodiversidade.
Gestão de fundos inovadores
Na reunião, o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, declarou que a primeira vitória foi garantir a presença de peritos e representantes de várias organizações na busca de meios para gerir fundos inovadores.
Para o chefe do governo são-tomense, um dos maiores ganhos do evento foi colocar a situação são-tomense nos holofotes. São Tomé e Príncipe já recebe apoio contra a alteração climática de nações lusófonas como Cabo Verde e Portugal.
Com as autoridades portuguesas, o país africano realizou uma troca de dívida por investimentos em iniciativas de transição climática. Trovoada disse que decisões sobre fundos e potenciais projetos a serem financiados também são essenciais.
Recursos das populações costeiras
O primeiro-ministro ressaltou ainda que, tal como outros países vulneráveis, São Tomé e Príncipe sofre com fenômenos como excesso de chuvas, perda de recursos das populações costeiras, secas recorrentes e danos no rendimento das famílias.
O líder são tomense disse que os efeitos das alterações do clima acontecem ao mesmo tempo que as “principais responsáveis dedicam bilhões de dólares a outras causas e lucros na bolsa internacional” em detrimento de apoio às nações que sofrem sem ter causado prejuízos à natureza.
O Banco Africano de Desenvolvimento anunciou que seu foco é abordar temas como o apoio ao grupo de economias em situação de sobre-endividamento e a troca de dívida. Quanto à experiência são-tomense com Portugal, o BAD considera um exemplo que “poderia ser expandido a outros contextos”.
O representante da ONU em São Tomé Príncipe, Eric Overvest, mencionou a vulnerabilidade do país aos impactos das mudanças climáticas. Ele defende a meta de apoiar a atração e negociação de financiamento ambiental inovador que possa preservar e preservar o patrimônio ambiental para futuras gerações.
Para chefe da ONU em São Tomé e Príncipe é preciso ter abordagens integradas que reconciliem os objetivos ambientais e o desenvolvimento com práticas que considerem a conservação da sustentabilidade e o progresso econômico.
Resiliência climática
Overvest considera imprescindível a haja ação conjunta do governo, ONGs, setor privado e comunidade e sociedade civil nos esforços para encontrar soluções criativas e sustentáveis pelo clima.
Entre a série de medidas estão “financiamento inovador, fortalecimento de políticas, reforço de capacidades, educação ambiental e promoção de tecnologias limpas, práticas e sustentáveis, além do engajamento comunitário”.
O coordenador disse haver necessidade de se reforçar fundos e que estes sejam acessíveis para aumentar a resiliência contra os efeitos das mudanças climáticas em São Tomé e Príncipe.
As recomendações feitas ao país incluem avançar com projetos de transição energética e redução de emissões com “formas mais simples e diretas para acesso ao crédito de carbono”.