São Tomé e Príncipe pediu apoio da comunidade internacional para “a transição do país para uma economia verde seja acelerada”.
Em seu discurso no plenário da Assembleia Geral da ONU, o presidente disse que a nação insular que ser “exemplo de como o desenvolvimento sustentável pode transformar sociedades e assegurar a prosperidade para as gerações futuras”.
Voz nas decisões globais
Carlos Manuel Vila Nova ressaltou que o apoio ao desenvolvimento deve ser renovado e “novos modelos de parceria entre nações devem ser explorados”.
“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, continuam sendo um farol para o nosso progresso. Para nós, o desenvolvimento sustentável não é uma escolha, mas sim, uma necessidade. A nossa visão de futuro está alicerçada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e é neste sentido que lutamos por um equilíbrio entre crescimento econômico, proteção ambiental e justiça social. Contudo, o prazo para alcançá-los está a aproximar-se rapidamente e, para muitos de nós, ainda há um longo caminho a percorrer”.
O líder são-tomeense reafirmou o compromisso com as metas globais, mas alertou que sem um ambiente internacional que promova o “comércio justo, o financiamento acessível e a paz, os esforços serão limitados”.
Vila Nova também defendeu o fortalecimento das instituições multilaterais para garantir que todos os estados, “independentemente de seu tamanho ou poder econômico”, tenham voz nas decisões globais.
“Soluções africanas para os problemas africanos”
Nesse sentido, o líder são-tomense lembrou que continente africano continua a ser palco de conflitos prolongados, que resultam em sofrimentos “profundos e inaceitáveis”. Para ele, essas crises demonstram a necessidade de maior intervenção diplomática e de “soluções africanas para os problemas africanos”.
O presidente de São Tomé e Príncipe disse que o multilateralismo é o “melhor instrumento para enfrentar os desafios coletivos que ultrapassam fronteiras”.
O chefe de Estado apelou pela intensificação dos esforços de mediação e apoio à resolução pacífica de conflitos em África, “sempre respeitando a soberania das nações”.
Linha de frente das mudanças climáticas
Ele afirmou que na condição de pequeno estado insular, São Tomé e Príncipe está na linha de frente das consequências das mudanças climáticas, que “representa a maior ameaça existencial às nossas populações”.
Para o presidente, “embora sejamos responsáveis por uma fração ínfima das emissões globais de gases de efeito de estufa, somos dos que mais sofrem com os seus impactos”.
Vila Nova enfatizou o aumento do nível das águas do mar, tempestades mais frequentes e intensas, a erosão costeira e a perda de biodiversidade como ameaças aos meios de vida e à população do país.
Para o representante, os compromissos internacionais não têm sido suficientes. Por isso o chefe de Estado são-tomense considera “imperativo” que a comunidade internacional reforce os seus compromissos com o Acordo de Paris e assegure que as vozes das nações mais afetadas “sejam ouvidas e integradas em ações concretas”.