Dos 251 reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, 71 estariam vivos e mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza, segundo uma base de dados compilada pela agência de notícias AFP. Outros 34 são considerados mortos e seus corpos ainda estariam no território palestino.
Os reféns são considerados as principais moedas de troca do grupo terrorista para conseguir um cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas e, com isso, a libertação de palestinos detidos em território israelense.
A situação das vítimas é incerta e ficou ainda mais obscura pelos anúncios de mortes confirmadas e de corpos recuperados. O Exército israelense anunciou nesta terça (20) ter recuperado os restos mortais de mais seis reféns.
O anúncio ocorreu enquanto o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, faz um novo giro pelo Oriente Médio para buscar um cessar-fogo e a libertação de vítimas.
Blinken se reuniu com o ditador do Egito, Abdel Fattah al Sisi, que apelou por uma trégua e manifestou temor para a possibilidade de expansão do conflito pela região.
O Hamas, por sua vez, rejeitou as declarações do presidente dos EUA, Joe Biden, de que o grupo estava afastado das negociações. Também afirmou que a facção deseja firmar um acordo de cessar-fogo.
Leia mais detalhes sobre os reféns abaixo:
57 HOMENS, 12 MULHERES E 2 CRIANÇAS
Do total de reféns e corpos levados para Gaza em 7 de outubro de 2023, 116 foram libertados até esta terça —principalmente mulheres, crianças e trabalhadores estrangeiros—, 71 ainda estariam vivos no cativeiro e 64 morreram (os corpos de 30 deles foram repatriados e de outros 34 continuam em Gaza).
A maior parte das libertações ocorreu durante uma trégua de uma semana no fim de novembro passado.
Dos 71 reféns que estariam vivos, 61 são israelenses ou com dupla cidadania, 3 são beduínos (grupo árabe nômade) e 7 são estrangeiros (6 tailandeses e 1 nepalês).
Entre eles, 57 reféns são homens, 12 são mulheres e também há 2 crianças. Desse total, 12 são soldados.
ANÚNCIOS DE MORTOS
Desde o fim da única trégua na guerra, em 1º de dezembro de 2023, apenas seis reféns foram libertados em operações do Exército israelense.
Não é certo que os 71 reféns considerados vivos estejam realmente com vida.
O Hamas anunciou em 12 de agosto que seus integrantes haviam “matado um refém em um incidente”.
Anteriormente, o grupo terrorista anunciou várias mortes de reféns, não confirmadas por Israel. Entre elas estaria a do aprisionado mais jovem, o bebê Kfir, sequestrado com oito meses e meio de sua mãe Shiri Bibas, 32, e de seu irmão mais velho, Ariel, 4.
CORPOS LEVADOS PARA GAZA
Mais da metade dos reféns mortos —35 dos 64— já estavam sem vida quando foram levados para Gaza em 7 de outubro. Eles morreram durante o ataque dos terroristas no sul de Israel. Nessa conta, incluem-se os corpos de dez soldados.
Os outros 29 reféns morreram em Gaza. Três deles —Yotam Haim, 28, Samer al Talalqa, 25, e Alon Lulu Shamriz, 26— foram mortos por um erro do Exército israelense em 15 de dezembro de 2023.
LOCAIS DO SEQUESTRO
A maioria dos reféns que, supõe-se, ainda estejam em Gaza foi sequestrada no festival de música Universo Paralello ou no kibutz de Nir Oz.
A festa rave, que contava com a participação de mais de 3.000 pessoas, acontecia próxima da fronteira com Gaza. No total, 370 pessoas foram assassinadas naquele local pelos terroristas e pelo menos 43, sequestradas. Cerca da metade (22) continua supostamente viva em Gaza, apenas 9 foram liberados, e os 12 restantes morreram.
Nir Oz era o kibutz ao qual pertenciam a maioria dos sequestrados em 7 de outubro. Foi o único onde houve mais reféns (pelo menos 74) do que mortos (cerca de 30).
Mais da metade (38) dos aprisionados de Nir Oz foram libertados com vida. Outros 20 reféns, que se supõe que estejam vivos, continuam em Gaza. Os 16 restantes morreram.
FAMÍLIAS SEPARADAS
No primeiro dia da guerra, famílias inteiras foram sequestradas e levadas para Gaza. Para elas, a trégua de novembro de 2023 significou uma mistura de alívio pelos reféns libertados e ao mesmo tempo sofrimento por deixar alguns para trás.
Esse é especialmente o caso dos adolescentes franco-israelenses Eitan, Erez e Sahar, cujos pais Ohad Yahalomi e Ofer Kalderon continuam em cativeiro.
No total, 17 dos reféns que ainda estão em Gaza são familiares de vítimas que foram libertadas.