Assim como os católicos, os cristãos ortodoxos se baseiam na Bíblia e nos ensinamentos de Jesus Cristo, mas diferem da Igreja Católica quanto a ritos e doutrinas.
Os ortodoxos não reconhecem a autoridade do papa: cada ramo da Igreja Ortodoxa tem o seu próprio patriarca, e embora todas elas reconheçam o Patriarca de Constantinopla como líder espiritual, são autônomas entre si.
Há várias diferenças teológicas entre católicos e ortodoxos, e até mesmo a cruz ortodoxa é diferente, com três barras horizontais.
Além disso, os padres ortodoxos podem se casar; apenas as posições mais altas na hierarquia têm a obrigação do celibato. Entre as igrejas ortodoxas, a liturgia é mais longa e rebuscada, sendo comum o uso do rito bizantino em vez do rito latino, que é utilizado nas missas da Igreja Católica. Outra diferença é o uso do calendário juliano em vez do calendário gregoriano, com diferentes datas para celebrações como o Natal, que é comemorado entre os ortodoxos no dia 7 de janeiro.
A Igreja Ortodoxa surgiu no final do século 5, com o propósito de difundir o cristianismo no Oriente. Com o tempo, surgiram várias divergências entre ortodoxos e católicos, como a língua utilizada nas missas (latim para o Ocidente e grego e hebraico no Oriente) e opiniões conflitantes sobre doutrinas teológicas.
Apesar disso, é o Grande Cisma de 1054 que marca a separação entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, devido à dissidência política. Os ortodoxos rejeitavam a autoridade do papa e do Vaticano e suas interferências nos assuntos do ramo oriental, o que resultou na excomunhão do Patriarca de Constantinopla e levou ao rompimento entre as igrejas.
Recentemente, a Igreja Ortodoxa Russa, cujo patriarca Cirilo I visitou o Brasil em 2016, tem entrado em conflito com outros ramos de sua denominação devido a seu apoio à Guerra da Ucrânia e a recusa em aceitar a autonomia da vertente ucraniana, que foi reconhecida por outros patriarcas ortodoxos.
Ainda houve tensões com o papa Francisco sobre o conflito, especialmente após uma declaração do papa de que o patriarca russo não deveria se tornar “coroinha de Vladimir Putin” ao providenciar justificativas religiosas para a invasão da Ucrânia. Em resposta, o Patriarcado de Moscou repreendeu o tom dos comentários do papa, que seriam prejudiciais ao diálogo entre as igrejas.
Rússia, Romênia, Iugoslávia e Bulgária são exemplos de países com maioria cristã ortodoxa.
Cerca de 87% dos 23 milhões de romenos são cristãos ortodoxos. O país possui cerca de 1,5 milhão de católicos (6,5% da população).