Primeiramente, é relevante avisar que sou meio um dinossauro em relação a assuntos de tecnologia.
Por relutância ou por falta de interesse, geralmente fico alheio a acontecimentos dessa área que traz novidades constantes e, reconheço, avanços significativos para a sociedade.
Para mim, depois que passamos a ter acesso à internet (em meados dos anos 1990), usada diariamente para uma infinidade de coisas (profissionais ou pessoais), o que de fato fez e faz diferença em termos de aplicativo é o WhatsApp, um tremendo facilitador na comunicação.
Tenho conta faz anos no Twitter, Facebook e Instagram, mas não lembro sequer por que as abri. Mal uso essas redes sociais, nem sei de cabeça qual é o meu perfil em cada uma delas, muito menos as senhas, que vivo tendo de recuperar.
Enfim, sou, à beira dos 50 anos, um deslocado do mundo moderno na tecnologia.
Faço essa introdução para comentar a respeito do tal ChatGPT, sobre o qual pouco li –pois, conforme exposto, tenho quase nenhum interesse nessa alçada–, e tem sido um dos assuntos do noticiário recente.
Robô chatbot destinado a conversas virtuais, ele está sendo apresentado como algo revolucionário na IA (inteligência artificial), pois dizem que “interage com humanos de forma realista”.
O ChatGPT virou moda, e seu fabricante (OpenAI) deve estar vibrando, vislumbrando o lucro que pode ter com a versão paga da máquina, que pode ser lançada em breve.
O que esse “robô sabe-tudo” (na definição de um site especializado em tecnologia) tem a ver com futebol?
Não tinha nada, até que alguns dias atrás eu recebi um email que afirmava que o Sportslens (site que produz conteúdo esportivo e também oferece apostas) tinha usado o ChatGPT para prever o resultado de Manchester City x Arsenal, pela Copa da Inglaterra.
“Usando dados de planilhas antigas e [considerando] a forma atual de ambos os times, a IA fornece um relatório exclusivo da partida”, propagandeava o texto.
Curioso, li o release, no qual o robô fazia o relato dos trechos mais importantes dessa partida, que seria realizada na sexta-feira (27), em Manchester, e cravava vitória do time londrino por 2 a 1.
Na descrição do ChatGPT, Nketiah abriu o placar para o Arsenal, tendo depois o Man City desperdiçado um pênalti (batido por Mahrez e defendido por Ramsdale) e chegado ao empate com De Bruyne. O gol da classificação dos visitantes foi de novo de Nketiah, que tem substituído o brasileiro Gabriel Jesus (lesionado).
Será? Fiquei descrente, porém, se o resultado do confronto fosse 2 a 1 para o Arsenal, e houvesse acontecimentos que se assemelhassem aos narrados pelo badalado chatbot, o ChatGPT ganharia mais crédito e ficaria ainda mais valorizado como produto.
Minha descrença fazia sentido. Deu Manchester City, 1 a 0, gol do zagueiro Aké. Não teve gol de Nketiah nem de De Bruyne, não teve pênalti, o goleiro Ramsdale nem jogou –ou seja, a IA errou até na escalação.
Foi, de certa forma, um alívio. Basta para que se reforce o que sempre se soube: nenhuma máquina, por mais inovadora ou sofisticada que seja, tem ou terá a capacidade de prever o futuro. Isso fica para os filmes de ficção.
Na vida real, ainda bem, o futebol continuará nos trazendo emoções inesperadas, recheadas de imprevisibilidade, um dos ingredientes que nos fazem gostar tanto dele.
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