Lançada quinta-feira (4) na Netflix, a série Ripley, em oito episódios, é uma história poderosa que fez muito sucesso no livro O Talentoso Ripley, de Patricia Highsmith, e também na versão cinematográfica de mesmo nome, que recebeu vários prêmios, além de uma bilheteria de quase US$ 130 milhões.
Adaptada para a telinha pelo criador, roteirista e diretor Steven Zaillian, chega ao streaming em uma pegada mais sinistra, em preto e branco, para criar “uma atmosfera mais sombria e perturbadora”, além de autenticar o cenário vintage da história, que se passa na década de 1960. Mas, será que Highsmith se baseou em algum fato real da época?
Já vivido no cinema por pesos-pesados como Matt Damon e John Malkovich, o protagonista da trama — Tom Ripley — chega à série na pele do ator irlandês Andrew Scott, que estreou no Brasil mês passado, no filme Todos Nós Desconhecidos. Mas, essa pessoa existiu mesmo?
A história por trás de Ripley
Positano, a cidade real onde ocorrem as cenas de Ripley.Fonte: Fonte da imagem: Getty Images
Tom Ripley (Andrew Scott) é procurado por um homem rico chamado Herbert Greenleaf que, confundindo o jovem com um dos amigos de seu filho, pede que ela vá à Itália e convença Dickie (Johnny Flynn), que está em uma trip descolada e inconsequente, a voltar para Nova York.
Ripley aceita a boca livre, mas, ao chegar ao destino, se encanta com a namorada do ricaço, Marge (Dakota Fanningan), e, mais do que viver aquela vida de sonhos, decide se tornar, ele próprio, Dickie Greenleaf.
Ripley foi baseada em uma história real?
Dakota Fanning, Andrew Scott e Johnny Flynn em cena de Ripley.Fonte: Fonte da imagem: Netflix
A resposta à pergunta se Tom Ripley realmente existiu é sim e não. Na verdade, Highsmith recebeu a inspiração para criar o personagem em uma viagem que fez à cidade de Positano, na Costa Amalfitana, na Itália (Mongibello no livro, e Atrani na série). Da varanda de seu hotel, disse ela em uma entrevista, notou “um jovem solitário de shorts e sandálias com uma toalha jogada no ombro”.
A autora, que havia vivido naquela paisagem maravilhosa uma história de amor mal resolvida, disse à revista The Paris Review que a visão do moço a fez se questionar por que ele estava sozinho e o que havia acontecido com ele. Ela jamais o viu de novo, mas sua imagem fixada na mente compôs as primeiras impressões de seu famoso livro de 1955.
Logicamente, a visão em relance do rapaz nada tem a ver com a essência do Ripley do romance. Esta se baseou exclusivamente dos pensamentos e fantasias perversas da própria Highsmit, e felizmente materializados apenas na ficção. Na entrevista, ela compara o assassinato de ex-amantes ao “mesmo que fazer amor” e define amor como um “tiro na cara”.