A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou uma resolução pedindo trégua global em conflitos durante as Olimpíadas de Paris 2024.
Votado pela 16ª vez na história do órgão, o documento passou nesta terça-feira com 118 votos favoráveis e duas abstenções: da Síria e Rússia. A capital francesa sediará a 33ª edição dos Jogos Olímpicos de Verão, de 26 de julho a 11 de agosto.
Mundo pacífico e melhor através do desporto e do ideal olímpico
Foi a França que propôs o texto de resolução com o título “Construindo um mundo pacífico e melhor através do esporte e do ideal olímpico”.
A proposta foi formalmente apresentada aos Estados-membros da ONU pelo Comitê Olímpico Internacional, pelo Comitê Paraolímpico Internacional e pelo Comitê Organizador da competição.
Falando após a votação, em Nova Iorque, o presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, enfatizou o papel dos esportes pela paz e pela prosperidade. Ele destacou o impacto da prática esportiva no desenvolvimento “como uma força poderosa para a paz”.
Compreensão e colaboração
Francis pediu que os países continuem atuando para “reiterar o compromisso com os valores da Trégua Olímpica, promovendo um ambiente onde a compreensão e a colaboração prevaleçam sobre conflitos e contendas”.
No discurso, ele indicou que na defesa da causa do esporte é preciso considerar o poder transformador, especialmente entre os jovens que chamou de “a próxima geração de humanos que herdarão o planeta e que, portanto, necessitarão dele”.
O representante apontou ainda o papel de Jogos Olímpicos como “um símbolo de tolerância, paz e cooperação entre diversos povos, culturas e nações”.
Suspensão de confrontos
A declaração da trégua remonta aos antigos Jogos Olímpicos de Olímpia em 776 a.C., para garantir a suspensão de confrontos e permitir a passagem segura e a presença de atletas e espectadores em competições olímpicas e paraolímpicas.
A iniciativa foi retomada pelo COI em 1992, e introduzida em todas as edições dos Jogos Olímpicos realizados desde então.
O presidente dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Tony Estanguet, apresentou o documento à Assembleia Geral. Na sessão, tomaram a palavra o presidente do Comitê Olímpico Internacional, COI, Thomas Bach, e representantes de vários Estados-membros.