A República Dominicana vai às urnas neste domingo (19) para escolher o futuro presidente do país caribenho de 11,4 milhões de habitantes. A disputa entre nove candidatos tem como principais concorrentes o atual governante, Luis Abinader, e o ex-presidente Leonel Fernández, que já esteve no poder por três mandatos.
De acordo com as últimas pesquisas do instituto Gallup, Abinader tem cerca de 60% das intenções de voto, contra 25% de Fernández. O favoritismo vem da popularidade de sua gestão, com aprovação de 70%.
Os resultados na economia, com projeção do Banco Mundial de aumento de 5% do PIB no final do ano, somados à condução da pandemia de Covid-19 alavancaram seu reconhecimento. Mas seus números se devem, sobretudo, a dura política de seu governo em relação ao Haiti.
O presidente construiu um muro em parte da fronteira e fechou a migração do país vizinho, devastado por uma crise política e humanitária crônica, agravada pela violência imposta por gangues que controlam grande parte do território haitiano.
Os candidatos concordam em defender as deportações para o Haiti, que ultrapassaram mais de 250 mil em 2023, e em aumentar as medidas de segurança migratória. “Continuaremos deportando quem quer que seja ilegal”, disse Abinader em um debate há três semanas. Fernández concordou: “Temos esse direito.” Ambos criticaram a pressão internacional para que o país recebesse refugiados haitianos.
Abinader, 56, é herdeiro de um império familiar voltado para o turismo e o cimento. Ele fez sua incursão na política paralelamente à administração do consórcio Abicor, o que lhe permitiu acumular uma fortuna estimada em US$ 75 milhões, quase R$ 395 milhões.
Sua primeira aproximação formal com a política ocorreu em 2005, quando queria se tornar senador. Em seguida, foi candidato a vice-presidente em 2012 e a presidente em 2016 com o Partido Revolucionário Moderno (PRM), que ele também lidera atualmente. Abinader chegou ao cargo, em 2020, com um discurso anticorrupção.
Já o advogado e escritor Leonel Fernández, 70, cumpriu três mandatos presidenciais: o primeiro entre 1996 e 2000, e depois dois consecutivos entre 2004 e 2012. Agora, ele aspira a uma quarta gestão e, pela segunda vez, enfrenta Abinader. Nas últimas eleições, o ex-presidente ficou em terceiro lugar com 8% dos votos.
Fernández promete “um governo de progresso” com 2.024 propostas para transformar a economia e a justiça social, incluindo o aumento da produção agrícola, que, segundo ele, foi afetada pelo crescimento das importações.
O ex-presidente foi membro por 46 anos do PLD de esquerda, o partido que o acompanhou durante seus três governos. Mas rompeu com a organização em 2019 após perder as primárias, que descreveu como fraudulentas, e então fundou sua própria legenda, o Força Popular.
O governo de Fernández tem grandes projetos de infraestrutura na conta, como o metrô da capital, Santo Domingo. Além disso, sua gestão permitiu o acesso do capital privado às empresas estatais e promoveu um grande crescimento econômico no país.
Abinader pode alcançar a reeleição se obtiver 50% mais um dos votos neste domingo. Caso contrário, o segundo turno ocorrerá em 30 de junho. Mais de oito milhões de dominicanos estão registrados para comparecer às urnas nestas eleições gerais, nas quais também serão escolhidos 190 deputados e 32 senadores.