O rei Charles 3º, do Reino Unido, retomou seus compromissos públicos nesta terça-feira (30) ao visitar um centro de tratamento de câncer. Trata-se da primeira agenda pública do monarca desde que ele divulgou um diagnóstico da doença, em fevereiro.
Segundo a agência de notícias Reuters, o rei estava sorridente e com aparência saudável enquanto acenava para pessoas reunidas do lado de fora que aguardavam sua chegada à ala de oncologia do University College Hospital. Charles estava acompanhado de sua esposa, a rainha Camilla.
“Estou bem, obrigado”, disse o monarca a um paciente. De acordo com o jornal britânico Guardian, o rei falou também do impacto ao receber o diagnóstico. “É sempre um pouco chocante, não é? Quando eles te contam”, afirmou Charles a uma paciente que recebia quimioterapia. “Tenho que fazer meu tratamento esta tarde também.”
Na última sexta-feira (26), o Palácio de Buckingham afirmou que os médicos estavam suficientemente satisfeitos com a resposta do rei de 75 anos ao tratamento e acrescentou que ele poderia retomar alguns compromissos públicos.
A visita foi pensada para aumentar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, em um esforço que inclui o título de patrono dado a Charles pela instituição de caridade Cancer Research UK após a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth 2ª.
Os problemas de saúde de Charles começaram em janeiro, quando Palácio de Buckingham afirmou que o rei havia procurado tratamento para próstata aumentada. Naquele momento, afirmou-se que a condição era benigna e que ele iria ao hospital na semana seguinte para um procedimento corretivo.
Na ocasião, o monarca disse que quis compartilhar a notícia com o público para encorajar outros homens a procurar um médico. A nota afirmava que, “assim como milhares de homens a cada ano, o rei procurou tratamento para uma próstata aumentada”.
Em fevereiro, porém, o palácio disse que os exames haviam revelado a presença de uma “forma de câncer”, mas não deu mais detalhes além de dizer que não envolvia a próstata.
Desde então, ele tem descansado e feito o tratamento, continuando com suas obrigações oficiais em particular. No final de março, ele fez sua primeira aparição pública quando foi à Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, para acompanhar o tradicional culto religioso da Páscoa.
Embora sua agenda seja cuidadosamente administrada para minimizar quaisquer riscos à sua saúde, o palácio disse que ele poderá participar de alguns eventos anuais, como o desfile militar “Trooping the Colour”, em junho, e as comemorações para marcar o 80º aniversário do do Dia D, quando os Aliados desembarcaram na Normandia em uma operação que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.
O palácio confirmou ainda que Charles e Camilla receberão uma visita de Estado do imperador japonês Naruhito e sua esposa, a imperatriz Masako, no final de junho.
O porta-voz do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse que o retorno do rei era uma “ótima notícia”. “Todos nós continuamos desejando a ele uma recuperação completa e rápida enquanto ele retorna ao serviço público”, afirmou a jornalistas.
A doença de Charles foi revelada menos de 18 meses após ele ter sucedido sua mãe. O monarca foi alçado ao trono em setembro de 2022 com o desafio de continuar o legado da popular Elizabeth 2ª num momento em que questionamentos à monarquia aumentam devido à alta do custo de vida no Reino Unido, com inflação crescente e greves de profissionais da saúde, da educação e do transporte.
Seu sobrinho Peter Phillips disse que o monarca, que é conhecido por seu desejo de se manter ocupado, achou frustrante a limitação imposta pelo tratamento.
Sua nora, Kate, princesa de Gales e esposa do príncipe William, também está se submetendo à quimioterapia preventiva depois que exames realizados após uma grande cirurgia abdominal revelaram a presença de um câncer. Ela não compareceu à agenda desta terça.