Um helicóptero da Força Aérea de Israel “muito provavelmente” matou a refém israelense Efrat Katz, 68, durante um ataque contra um veículo conduzido por combatentes armados do Hamas em 7 de outubro. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (5) pelas Forças Armadas de Israel.
A investigação revelou que um helicóptero de combate “disparou contra um veículo no qual havia terroristas e, segundo relatos, também tinha reféns”. “Os disparos mataram a maioria dos terroristas que estavam no veículo e, muito provavelmente, Efrat Katz também”, diz o comunicado de Tel Aviv.
“Trata-se de um acontecimento trágico e infeliz que foi produzido em meio aos combates e no contexto de incerteza”, disse o comandante da Força Aérea, Tomer Bar, que apresentou os resultados da investigação.
Israel acrescentou que o erro aconteceu porque os sistemas de vigilância não foram capazes de distinguir os reféns dos sequestradores, uma vez que todos estavam dentro no veículo.
A filha de Efrat Katz, Doron Katz Asher, e suas duas netas, de 2 e 4 anos, também foram sequestradas no 7 de Outubro. As três foram libertadas em 24 de novembro durante a vigência de um cessar-fogo temporário acordado entre Israel e o Hamas.
O corpo de Katz foi posteriormente recuperado, e ela foi enterrada em 25 de outubro no kibutz Revadim.
Esta não foi a primeira vez que as Forças Armadas admitiram ter matado israelenses que estavam sob poder do Hamas. Em dezembro, o Exército de Israel afirmou que matou por engano três reféns no subúrbio de Shejaiya, no leste da Cidade de Gaza. Eles foram identificados como Samer Talalka, Yotam Haim e Alon Lulu Shamriz. Todos haviam sido sequestrados também no 7 de outubro.
O caso ocorreu em uma área de combate intenso em que terroristas do Hamas usavam trajes civis como tática para confundir os militares, segundo um porta-voz israelense. Um soldado teria sido surpreendido pelos reféns que surgiram a poucos metros das forças invasoras na área de Shejaiya. Segundo a investigação, eles estavam sem camisa e com uma bandeira branca feita com um pano pendurado em um bastão.
Segundo relatório feito por autoridades de Tel Aviv e obtido pelo jornal americano The New York Times, divulgado em fevereiro, oficiais do setor de inteligência israelense concluíram que pelo menos 32 dos 136 reféns que ainda não foram localizados —até a data— morreram desde o início da guerra.
Um dos reféns não localizados é o brasileiro Michel Nisenbaum, 59, cuja família continua à espera de notícias do parente levado por terroristas. Ele teria sido capturado quando, ao sair de Sderot, onde morava, dirigia-se ao kibutz Re’im para buscar uma das netas que estava na casa do pai, um militar. A menina, camuflada com um casaco e distraída com um brinquedo durante os ataques no local, sobreviveu ao ataque.