Quasares vs microquasares: uma batalha épica na escala cósmica – EERBONUS
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Quasares vs microquasares: uma batalha épica na escala cósmica

No centro de uma galáxia, um coração luminoso e voraz reside. Poderia ser o início de um conto futurista com viés científico, compondo uma ópera galáctica, mas, na verdade, pode ser apenas a descrição de um quasar. Algumas galáxias ativas possuem em seu centro quasares superluminosos devorando tudo o que está a sua volta.

Mas como todo bom guloso, há uma ordem “certa” para a comilança. Isso faz com que discos de acresção sejam formados em sua volta, gerando ondas de radiação decorrentes do calor e energia formados pelo atrito entre as partículas e elementos circundante, até que caiam no seu centro, cedendo ao fim.

Saiba mais sobre quasares, microquasares e, porque a descrição acima se parece tanto com outro objeto celeste.

Quasares são os objetos mais luminosos conhecidos no universo.Fonte:  Getty Images 

O que é um Quasar?

Se você achou a descrição acima similar ao comportamento de um buraco negro é por que, de fato, o quasar está intimamente relacionado com a existência deles. O quasar é um tipo de buraco negro supermassivo que está no auge de sua atividade, alimentando-se da vizinhança.

Seu nome vem do contrativo de “Quasi Stellar Radio Sources” e eles são conhecidos por serem os objetos mais luminosos do universo. Sua luz é tamanha, que é capaz de ofuscar as galáxias em que estão presentes.

O nascimento de um quasar, pode acontecer através do colapso de galáxias ou pela fusão de buracos negros, e segundo astrônomos, podem ser considerados como um núcleo galáctico. Mas, nem toda galáxia terá em seu centro um quasar.

Os jatos relativísticos dos quasares são formados por partículas carregadas, elétrons e prótons, acelerados às velocidades parciais da luz.Os jatos relativísticos dos quasares são formados por partículas carregadas, elétrons e prótons, acelerados às velocidades parciais da luz.Fonte:  Getty Images 

O primeiro quasar detectado foi o 3C 273, na constelação de virgem, em 1963 pelo astrônomo Maarten Schmidt, no Observatório de Palomar, na Califórnia. Desde então, já foram catalogados quase 100 mil quasares que em sua maioria, são encontrados sozinhos, porém, já foram registrados em duplas e trios.

Devido a sua alta atividade, os quasares formam em torno de si nuvens de gás e poeira, que chamamos de discos de acreção. Esses discos são a reserva de espera desses elementos para serem devorados por esses objetos celestes.

Mas enquanto estão na espera, a interação entre esses elementos gera uma alta energia, gerando luz e ondas de todos os tipos. As imagens mais impressionantes de quasares, são aquelas onde jatos de energia são ejetados de ambos os lados do quasar. E existe uma versão mini.

O que são microquasares?

Os microquasares não são tão grandiosos quanto os quasares supermassivos e gulosos nos centros das galáxias, e apesar de aparentemente serem apenas miniaturas, seu comportamento é um pouco diferente.

A taxa de alimentação desses objetos é apenas uma fração da grandiosidade de seus irmãos mais velhos. Eles são mais “apagados” e não necessariamente surgem como resultante da ação de buracos negros. Objetos superdensos como estrelas de nêutrons também podem ser uma força impulsionadora para o surgimento desses objetos.

Uma versão mini de um quasar, não tão extravagante, mas igualmente esplendorosa.Uma versão mini de um quasar, não tão extravagante, mas igualmente esplendorosa.Fonte:  Getty Images 

E se 100 mil quasares, considerados raros, são conhecidos, os microquasares são ultra raros, tendo sido catalogados apenas 19 desses objetos.

Sendo assim, o comportamento dessas entidades cósmicas continua sendo desvendado. Ao que se sabe, o funcionamento de seus discos de acreção podem funcionar de uma forma um pouco diferente de seus irmãos maiores, gerando mais radiação térmica do que servido como impulso para os jatos de partículas, como ocorre nos quasares.

Quasares vs microquasares: quem vence a batalha?

Suponhamos que em um belo dia no universo, um quasar e sua versão micro colidam. Em um exercício rápido, poderíamos pensar em uma completa absorção do microquasar, relegando ele ao esquecimento no horizonte de eventos.

No entanto, o universo pode ser muito mais construtivo do que destrutivo. Em escalas cósmicas, colisões, esbarrões e somatórias são muito bem-vindas para a formação e modificações no cosmos.

Mesmo uma estrela sendo devorada aos poucos por um buraco negro, cumpre com o papel de ceder energia.Mesmo uma estrela sendo devorada aos poucos por um buraco negro, cumpre com o papel de ceder energia.Fonte:  Getty Images 

Possivelmente, uma “batalha” entre esses objetos poderia ter um desfecho bastante colaborativo, formando um novo corpo celeste, mais forte e complexo, como nos diz a história das colisões de galáxias. Seriam como dois campeões de boxe que decidem dar as mãos, abrir uma academia e nocautear a vizinhança.

Fato inegável é que esses objetos são fantásticos e são constantemente observados e perscrutados em busca de novas pistas sobre como o universo nasceu, se desenvolve e como o seu comportamento pode contribuir para formação de novos mundos.

Talvez um combate desses possa gerar mais benefícios do que malefícios na teia cósmica. Mas até que obtenhamos respostas concretas, apenas podemos observar os céus e aguardar novas novidades.

Se você gosta de assuntos astronômicos, pode se encantar com as fotos de jatos bipolares, capturadas pelo telescópio James Webb. Para mais batalhas cósmicas em épicos estelares, continue acompanhando a TecMundo.

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