Uma supernova é uma explosão estelar extremamente poderosa que poderia causar danos significativos na Terra se estivesse muito próxima do planeta. Um corpo celeste dessa categoria é uma estrela que está em seus últimos estágios, e essa reação acontece devido aos diferentes processos químicos que ocorrem no núcleo estelar. No final, ela se transforma em uma supernova.
Após muitos anos de pesquisa na área, os investigadores perceberam que as supernovas não acontecem o tempo todo no universo; os especialistas afirmam que as explosões desses objetos cósmicos costumam surgir apenas algumas vezes a cada século. Por exemplo, uma das grandes observações foi realizada em meados de 1987, na galáxia Grande Nuvem de Magalhães, quando foi estudada a supernova SN 1987A.
“Se uma supernova explodisse a cerca de 30 anos-luz de nós, isso teria grandes efeitos na Terra, levando possivelmente a extinções em massa. Raios-x e raios gama mais energéticos da supernova poderiam destruir a camada de ozônio que nos protege dos raios ultravioleta solares. Também poderiam ionizar nitrogênio e oxigênio na atmosfera, levando à formação de altas quantidades de óxido nitroso”, disse o astrônomo sênior Mark Reid, associado do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, nos Estados Unidos.
Por enquanto, a ciência considera que a Terra está em um lugar seguro no espaço, longe de potenciais explosões estelares, seja na Via Láctea ou em outras galáxias. Contudo, outros planetas não estão tão seguros, por isso, é importante estudar os efeitos das supernovas para compreender os diferentes impactos que elas podem causar.
Apesar de ser um objeto de estudo importante, não seria muito divertido se existisse uma supernova tão perto da Terra. Afinal, qual seria o impacto de uma estrela explodindo a uma distância próxima do nosso planeta?
Supernovas são um perigo cósmico?
As supernovas mais conhecidas são do ‘Tipo II’, aquelas que possuem uma massa mais de oito vezes maior que a do Sol, e explodem quando acaba o combustível interno produzido em seu núcleo. Já as supernovas do ‘Tipo I’ ocorrem em sistemas binários, quando uma anã branca esgota seu combustível e começa a acumular o material cósmico de uma estrela companheira. Ou seja, a maioria das estrelas não é massiva o suficiente para se transformar em objeto celeste dessa categoria.
Os astrônomos afirmam que as supernovas são um dos fenômenos mais intensos e poderosos do universo — imagine a detonação de uma bomba oito vezes mais massiva que o Sol. A explosão é responsável por criar uma onda de choque que empurra o material estelar por milhares de quilômetros; inclusive, esse material pode iniciar o processo de desenvolvimento de outras estrelas.
Em um artigo do site The Conversation, o professor de astronomia da Universidade do Arizona, Chris Impey, explica que as supernovas só poderiam ter algum efeito sobre a Terra se estivessem a aproximadamente 100 anos-luz de distância. A maioria dos fenômenos cataclísmicos ocorre em regiões distantes do espaço, mas se estivessem próximos o suficiente poderiam representar uma grande ameaça aos seres vivos.
A imagem apresenta a Nebulosa de Caranguejo (M1), uma remanescente de supernova a cerca de 6,5 mil anos-luz de distância.Fonte: NASA / ESA / J. Hester / A. Loll / Arizona State University
Outro estudo utilizou dados do telescópio espacial Observatório de Raios-X Chandra, da NASA, para analisar qual é a distância segura mais próxima entre a Terra e uma supernova. Os pesquisadores descobriram que é necessária uma distância de, pelo menos, 160 anos-luz para evitar os efeitos prejudiciais causados pela radiação da explosão.
Como a explosão de uma supernova pode impactar a Terra
O primeiro grande problema da explosão de uma supernova seria a radiação de raios gama, já que ela poderia danificar a proteção natural que existe ao redor da Terra. Contudo, se isso realmente acontecesse em um objeto estelar do tipo a 100 anos-luz de distância, demoraria cerca de 100 anos para a radiação chegar no planeta.
No caso de uma supernova a apenas 30 anos-luz de distância, a camada de ozônio seria quase completamente destruída pela radiação, uma reação que poderia extinguir a vida marinha na Terra e, provavelmente, levaria a mais uma extinção em massa. Os cientistas acreditam que isso já tenha ocorrido algumas vezes na Terra há milhares de anos, mas ainda não foi possível coletar nenhuma evidência direta sobre a hipótese.
Em uma situação hipotética em que o Sol explodisse como uma supernova, a temperatura do planeta aumentaria cerca de 15 vezes mais do que a temperatura normal da superfície solar e todo o lado voltado para a estrutura solar evaporaria. Em algum momento, a Terra deixaria sua órbita e passaria a vagar pelo espaço. Felizmente, o Sol não se encaixa na categoria necessária para se transformar em uma supernova.
“As espetaculares explosões de energia associadas às supernovas (SNe) há muito motivam pesquisas sobre seus efeitos potencialmente perigosos na Terra e em ambientes análogos… Solicitamos observações de raios-x de acompanhamento de SNe em interação durante meses e anos após a explosão para lançar luz sobre a natureza física e a evolução a tempo inteiro da emissão e para esclarecer o perigo que estes eventos representam para a vida na nossa galáxia e noutras regiões de formação estelar”, descreve um estudo publicado na revista científica The Astrophysical Journey.
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