A onda de protestos de estudantes universitários por conta da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza se espalhou ainda mais pelos Estados Unidos nesta quarta-feira (24). Manifestações foram registradas em instituições de ensino superior de costa a costa do país, com escalada de casos de confrontos entre policiais e universitários.
Além de casos que começaram desde a semana passada, foram registradas ações em universidades como Brown, em Rhode Island, na Universidade de Michigan, em Ann Arbor, no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), e na Politécnica do Estado da Califórnia, em Humboldt, entre outras.
Na Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, a polícia enfrentou manifestantes e levou pelo menos uma pessoa sob custódia. Outros manifestantes cercaram então um veículo onde o homem estava detido, gritando em protesto.
Em Austin, soldados com equipamento anti-motim entraram no campus da Universidade do Texas e forçaram os manifestantes pró-Palestina e contramanifestantes a se dispersarem. Pelo menos dez pessoas foram detidas.
Por outro lado, as tensões diminuíram na Universidade de Columbia, em Nova York, depois que a diretoria estendeu o prazo para estudantes removerem um acampamento montado para protestar. A administração da instituição prorrogou em 48 horas o prazo final, que terminava à meia-noite de terça-feira, para chegar a um acordo com os líderes estudantis do protesto, apontando para “progressos significativos” nas negociações.
Dezenas de manifestantes acamparam no campus de Manhattan durante a semana passada, apelando à universidade para que ponha fim aos seus investimentos em empresas que apoiam ou lucram com as ações militares de Israel nos territórios palestinianos. Columbia diz que o acampamento viola as regras da escola e está criando conflitos no campus.Na quinta-feira (18), mais de 100 estudantes foram detidos no acampamento sob a acusação de invasão de propriedade.
Agitação no campus
Columbia é um dos muitos campi nos Estados Unidos onde o debate sobre Gaza e o apoio militar dos EUA a Israel se tornou acalorado.
Desde o início do protesto, surgiram alguns confrontos verbais furiosos entre manifestantes pró-Palestina e pró-Israel, bem como acusações de antissemitismo, islamofobia e racismo.
Estudantes dizem que os protestos são pacíficos e que pessoas de fora não ligadas ao seu movimento estão por detrás de quaisquer confrontos inflamatórios fora do campus.
Em entrevistas em vários campi universitários na terça-feira (23), estudantes judeus alegaram que se sentiam em perigo.
“Quando você é um estudante israelense neste campus, você sente que tem um alvo nas costas, você se sente inseguro e não é de admirar que os estudantes de Israel estejam tão hesitantes em vir para cá”, disse Milton Zerman, um estudante de direito na Universidade da Califórnia, Berkeley.
Por outro lado, em Columbia, Zohar Ford e Jacob Gold, dois estudantes judeus, observaram a movimentada entrada do acampamento e, embora não estivessem envolvidos nos protestos, pensaram que eram positivos e não os fizeram sentir-se inseguros.
“O que sinto agora é que penso que a minha identidade como judeu tem sido usada por muitos políticos para desculpar violações da liberdade de expressão”, disse Gold.