A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, foi agredida nesta sexta-feira (7) na região central de Copenhague, a capital do país. Uma pessoa foi presa.
Segundo a agência de notícias dinamarquesa Ritzau, Frederiksen ficou atônita após o ataque. Não há informações detalhadas sobre o estado de saúde dela, mas testemunhas disseram à agência de notícias Reuters que não havia sinais de ferimentos.
A polícia de Copenhague, o serviço de segurança e a inteligência da Dinamarca confirmaram o ataque à Reuters e disseram que estavam investigando o caso, mas se recusaram a fornecer detalhes.
“Mette está naturalmente chocada com o ataque. Devo dizer que isso abala todos nós que estamos próximos a ela”, escreveu na plataforma X o ministro do Meio Ambiente dinamarquês, Magnus Heunicke.
A primeira-ministra integra o Partido Social-Democrata e lidera um governo de caráter centrista desde 2022, quando foi forçada a antecipar as eleições após siglas menores, algumas das quais de sua base de apoio, ameaçaram convocar um voto de desconfiança no Parlamento. Para continuar no poder, ela teve de negociar e formar uma coalizão com legendas que antes eram da oposição.
Seu governo tem sido marcado por períodos turbulentos. Um dos estopins para a crise há dois anos foram os desdobramentos da chamada “crise dos visons”, em que o governo propôs o abate dos 17 milhões de mamíferos em criações no país para conter supostas mutações do coronavírus —o plano acabou suspenso depois de duras críticas. A Dinamarca é um dos principais exportadores da pele desses animais.
Ainda na pandemia, Frederiksen conduziu uma gestão de combate à Covid considerada exitosa no país e internacionalmente, mas viu sua popularidade desidratar com o caso dos animais.
Em relação à migração, a primeira-ministra tem adotado uma linha mais restritiva desde que assumiu o cargo, em 2015, dificultando processos de reunião familiar –quando um imigrante que já vive no país solicita visto para parceiro, pais ou filhos–, diminuindo o pagamento de benefícios e aprovando uma “lei dos guetos”, segundo a qual um bairro não pode ter mais de 30% de “estrangeiros não ocidentais”.
A agressão contra Frederiksen ocorreu dois dias antes de os dinamarqueses irem às urnas nas eleições ao Parlamento europeu. No mês passado, outro ataque contra um líder político na Europa chocou o mundo. O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, 59, foi baleado na cidade de Handlová, a 190 quilômetros de Bratislava, capital do país. Ele foi levado ao hospital em estado grave e teve de passar por cirurgia.
O autor dos disparos contra Fico foi identificado pela imprensa local como um escritor de 71 anos. Ele trabalhou como segurança de shopping e escrevia livros de poesia. Vizinhos dele disseram à agência de notícias Reuters que o homem não demonstrava nenhum sinal de extremismo político.