Rafael Ataide*
A previsão de resultados sempre foi um campo de grande interesse, não só para fãs e apostadores, mas também para treinadores, atletas e organizações. Com a evolução da tecnologia, especialmente com o avanço do aprendizado de máquina e da inteligência artificial (IA), a precisão e a aplicabilidade dessas previsões deram um salto significativo. Um dos eventos mais emblemáticos para demonstrar essa interligação entre tecnologia e esporte é a Olimpíada. Agora, em 2024, os jogos em Paris prometem ser o palco não só para celebração, mas também para a demonstração de como a técnica pode transformar o mundo esportivo.
O aprendizado de máquina é uma subárea da inteligência artificial que permite aos computadores analisarem dados históricos e fazerem previsões ou tomar decisões com base nesse conhecimento. Ele tem sido cada vez mais utilizado para predizer saldos de jogos, desempenho de atletas e fazer análises estratégicas. É uma possibilidade que oferece insights valiosos para equipes, treinadores e inclusive entusiastas do esporte. Além de ser uma das maiores celebrações mundiais, a Olimpíada também é uma vitrine para o uso de tecnologias de ponta. A partir da coleta de dados em tempo real, metodologias permitem a comparação com jogos passados, recordes, marcos históricos e tendências.
Por exemplo: no atletismo, câmeras de alta sensibilidade podem capturar cada passo de um corredor, analisando sua biomecânica e calculando sua velocidade, ritmo e eficiência. Esses dados são combinados com informações sobre condições climáticas, estado físico do atleta, histórico de lesões e desempenhos passados. Os algoritmos de aprendizado podem, então, usar essas informações para antecipar não só quem pode vencer uma corrida, mas também oferecer soluções sobre como cada atleta deve ajustar sua estratégia para melhorar seu desempenho.
Já na natação, um esporte onde frações de segundo fazem a diferença entre a vitória e a derrota, sensores subaquáticos e câmeras de alta definição coletam dados sobre a técnica dos nadadores, como a eficiência de suas braçadas e viradas. Os algoritmos analisam esses dados para identificar padrões de sucesso e prever os tempos finais com uma precisão impressionante.
No futebol e no basquete, sensores e câmeras capturam cada movimento dos jogadores, a posição da bola e as táticas utilizadas. Esses dados são processados em tempo real para prever o resultado de jogadas específicas e ajustar as estratégias dos treinadores. Na Olimpíada, o uso inteligente das novas tecnologias pode ser a diferença entre ganhar ou perder uma medalha.