As Nações Unidas marcam neste 29 de maio o Dia Internacional das Forças de Manutenção da Paz, sob o tema “Preparados para o Futuro: Construindo Melhor Juntos”.
A organização realiza grande parte das celebrações na quinta-feira para ressaltar os feitos de 76 mil mulheres e homens que estão servindo em 11 zonas de conflito em regiões como África, Ásia, Europa e Oriente Médio.
Regime de prontidão
Em conversa com a ONU News, de Bangui, o capitão português Paulo Sousa falou de como ele exerce a função na Missão das Nações Unidas na República Centro-Africana, Minusca. O oficial contou que o regime de prontidão é um requisito básico em meio a uma realidade da segurança que pode mudar bruscamente.
“Trabalhar para a liberdade de movimentos e para a liberdade da população não é nada mais, e nada menos, do que um papel desafiante para cada um de nós, mas bastante crucial para esta população e para os habitantes da República Centro-Africana. Durante o mandato na nossa missão na República Centro-Africana, os principais riscos com que nós nos deparamos são a volatilidade do teatro: saber que num ambiente seguro, onde nós podemos estar inseridos, de um momento para o outro a situação securitária pode alterar e passar a uma operação de alta intensidade.”
As Nações Unidas registraram a morte de 61 soldados de paz pelo mundo somente em 2023.
Proteger civis e defender os direitos humanos
O risco enfrentado por milhares de forças de paz em ação é destacado pelo secretário-geral, António Guterres, em mensagem ressaltando a coragem em atuar em locais “mais perigosos e instáveis do planeta”. As funções incluem proteger civis, defender os direitos humanos, apoiar as eleições e fortalecer as instituições.
Guterres aponta que mais de 4,3 mil elementos das forças de paz pagaram o preço mais alto enquanto serviam sob a bandeira da ONU e “nunca serão esquecidos”.
O líder das Nações Unidas destaca ainda que na atuação durante os 75 anos de existência das forças de paz da organização, elas deram apoio a comunidades abaladas por conflitos e convulsões em 71 missões.
Soldados da paz que perderam a vida desde 1948
Na quinta-feira, representantes da ONU devem colocar uma coroa de flores em homenagem a todos os soldados da paz que perderam a vida desde 1948.
Ainda como parte dos atos centrais para marcar a data, uma cerimônia conferirá as Medalhas Dag Hammarskjold a título póstumo a 64 militares, policiais e civis que fizeram parte das forças e perderam a vida servindo sob a bandeira da ONU.
Neste ano, o Prêmio Defensor Militar do Ano de 2023 será entregue à major Radhika Sen, uma militar da Índia que serviu com forças de manutenção da paz na República Democrática do Congo.
No fim das celebrações, um balanço sobre a situação das forças pelo mundo será publicado pelo subsecretário-geral para a Manutenção da Paz da ONU, Jean-Pierre Lacroix.