O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, disse nesta quarta-feira (6) que o posicionamento do governo federal diante da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas não vai mudar. O chefe do Executivo brasileiro tem afirmado que a ação do Exército de Israel na Faixa de Gaza é um “genocídio” e chegou a comparar a morte de palestinos com o extermínio de judeus feito pelo líder da Alemanha Nazista, Adolf Hitler.
Os comentários renderam críticas ao presidente por parte do governo israelense e de associações. Apesar disso, Pimenta afirmou que a fala de Lula foi “corajosa”. “Na medida que o tempo vai passando, há uma compreensão sobre a importância da manifestação do presidente Lula, corajosa, que abriu os olhos de muita gente, fez com que o mundo se posicionasse. E vai ser fundamental para o fim da guerra”, disse Pimenta em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto.
Após Lula dizer que a ação do exército de Israel contra o grupo terrorista Hamas é semelhante ao Holocausto, diferentes pesquisas de opinião mostraram que as falas dele não foram bem aceitas pelos brasileiros. Levantamento divulgado pelo instituto Real Time Big Data em 19 de fevereiro mostrou que 83% dos entrevistados discordaram do posicionamento do presidente. Além disso, 57% disseram acreditar que Israel está “certo” no conflito e 54% afirmaram que o Brasil deveria ficar neutro diante do tema.
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Em 18 de fevereiro, durante uma entrevista coletiva em Adis Abeba, capital da Etiópia, Lula criticou Israel pelo número de mortes registrado durante seus ataques em Gaza, e comparou a morte de palestinos com o extermínio de judeus. Ao menos 6 milhões foram mortos pelo regime nazista de Hitler, entre 1933 e 1945.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, declarou o presidente.
O discurso de Lula teve reações imediatas de repúdio por parte comunidade judaica no Brasil e no Israel. Mas também gerou um amplo desconforto diplomático com Israel, que declarou o presidente persona non grata até receber uma desculpa oficial da República. O petista, contudo, tem resistido em recuar.