A diretora de negócios da ApexBrasil tem duas missões: promover o Brasil e empoderar as mulheres. E acredita que a relação com Portugal é muito importante para melhorar a imagem do Brasil no exterior.
No cenário do salão nobre da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, no coração da Baixa lisboeta, onde se realizou o Encontro de Mulheres de Negócios dos Países de Língua Oficial Portuguesa, Ana Paula Repezza, partilhou em uma entrevista à coluna, na habitual rubrica “Gente de Lá e de Cá”, insights valiosos sobre a importância de Lisboa como um hub para negócios internacionais, para a integração cultural e econômica entre Brasil e Portugal.
Falou ainda sobre quais são hoje os esforços da ApexBrasil para promover a sustentabilidade e a equidade de gênero no comércio exterior.
Qual é a importância de Lisboa para o Brasil no contexto dos negócios internacionais?
Lisboa é uma porta de entrada essencial para o mercado europeu. Além de sua própria importância econômica, Portugal oferece acesso ao mercado europeu e abriga a sede da CPLP, que reúne países que praticam o português como língua materna, ampliando nossas oportunidades de exportação e atração de investimentos.
Você mencionou a CPLP. Como ela contribui para as exportações brasileiras?
A CPLP cria um mercado comum para países de língua portuguesa, facilitando a comunicação e as negociações. Isso representa uma oportunidade significativa para as exportações brasileiras, permitindo-nos alcançar consumidores em diversos países com uma abordagem cultural e linguística compartilhada.
O programa Mulheres e Negócios Internacionais da ApexBrasil tem sido um sucesso. Quais são os principais objetivos desse programa?
Nosso objetivo é promover a equidade de gênero no comércio exterior. Estudos mostram que empresas que exportam empregam mais e pagam melhores salários. Além disso, mulheres que têm acesso a mais renda tendem a investir no bem-estar de suas comunidades. Juntar esses dois vetores de desenvolvimento é crucial para um crescimento econômico sustentável e inclusivo.
Há integração entre empresas brasileiras e portuguesas?
Vemos uma grande oportunidade na cooperação entre empresas dos dois países, especialmente em tecnologia e inovação. Portugal, com seu crescente ecossistema de startups e polos tecnológicos, oferece um ambiente propício para que empresas brasileiras expandam suas operações e desenvolvam soluções inovadoras.
A sustentabilidade é um tema crucial na relação do Brasil com a União Europeia. Como está sendo abordada essa questão na agricultura?
O Brasil tem investido em pesquisas e práticas agrícolas sustentáveis. A Embrapa, por exemplo, desenvolveu técnicas de rotação de culturas e integração lavoura-pecuária-floresta que ajudam a reduzir a emissão de carbono. Estamos comprometidos em aumentar a produtividade agrícola sem expandir a área cultivada, preservando o meio ambiente.
A imagem do Brasil no exterior sofreu nos últimos anos. O que a ApexBrasil está fazendo para melhorar essa percepção?
Estamos trabalhando em um programa de reconstrução da imagem do Brasil, baseado em evidências científicas e transparência. Envolvemos órgãos como o Ministério do Meio Ambiente e a Embrapa para fornecer dados precisos sobre nossas práticas agrícolas e de sustentabilidade. Além disso, buscamos reforçar nossas relações com a União Europeia para mostrar nosso compromisso com a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.
Sempre digo que a integração cultural entre Brasil e Portugal é uma questão-chave. A cultura pode facilitar os negócios entre os dois países?
A cultura é um poderoso instrumento de soft power. Por meio de música, literatura, cinema e gastronomia, criamos laços emocionais e memórias afetivas que facilitam as relações comerciais. Temos um acordo de coprodução audiovisual que é um exemplo de como a cultura pode unir nossos países e abrir novas oportunidades de negócios.
E o futuro das relações comerciais entre Brasil e Portugal?
Portugal pode contribuir significativamente para melhorar a imagem do Brasil no mundo e, juntos, podemos enfrentar desafios globais e aproveitar oportunidades de crescimento sustentável.
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