O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, decidirá, nesta quinta-feira (9), se convoca eleições antecipadas no início de 2024 para tirar o país da crise provocada pela saída do primeiro-ministro, o socialista António Costa, envolvido em um escândalo de corrupção.
O presidente convocou o Conselho de Estado, um órgão consultivo, para uma reunião a partir das 12h (horário de Brasília) para examinar a situação política no país.
Após a reunião, o chefe de Estado “vai discursar imediatamente à nação” para comunicar sua decisão, afirmou a Presidência em um comunicado.
O presidente pode optar por dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas ou convidar algum político para formar um governo.
Nesta quarta-feira (8), Rebelo de Sousa recebeu membros dos partidos com representação no Parlamento, como manda a Constituição.
As principais legendas da oposição, de esquerda e de direita, manifestaram-se a favor da convocação de eleições, uma solução para a qual o presidente português parece se inclinar, segundo alguns políticos.
Os socialistas preferem que seja eleito um novo primeiro-ministro que dirija um governo apoiado pela maioria absoluta que têm no Parlamento. Se, no entanto, for preciso ir às urnas, o Partido Socialista prefere que seja em março, para haja tempo de encontrar um sucessor para Costa como secretário do partido.
“O presidente não deve tomar uma decisão que vá contra a opinião dos partidos”, disse à AFP a cientista política Paula Espírito Santo, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
Além disso, depois das últimas eleições legislativas, em janeiro de 2022, o presidente advertiu que uma eventual saída de António Costa levaria à dissolução do Parlamento, lembra a analista.
António Costa, um dos poucos socialistas à frente de um governo europeu, entregou o cargo na terça-feira (7).
O caso de corrupção que o envolve se refere a suspeitas de “malversação, corrupção ativa e passiva de titulares de cargos políticos e tráfico de influência” e será investigado, informou o Ministério Público.
Depois de vencer por maioria absoluta em janeiro de 2022, Costa viu sua popularidade cair, desde então, devido a repetidos escândalos.