Empresa de Jeff Bezos, dono da Amazon, deverá concluir 21 correções em seu foguete antes da próxima missão. Órgão regulador dos EUA deu a ordem após concluir investigação sobre acidente ocorrido em 2022. Lançamento do foguete New Shepard, da Blue Origin, em agosto de 2022
Divulgação/Blue Origin
A Blue Origin, empresa de turismo espacial de Jeff Bezos, fundador da Amazon, não poderá fazer lançamentos nos Estados Unidos enquanto não fizer 21 correções em seu modelo de foguete, conhecido como New Shepard.
A determinação foi feita na quarta-feira (27) pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), que terminou a investigação sobre o acidente com um veículo não tripulado da Blue Origin em setembro de 2022.
Na ocasião, o foguete teve uma falha em seu mecanismo de impulsão e caiu cerca de um minuto após decolar de uma base no Texas, no sul dos Estados Unidos (veja o vídeo abaixo).
A missão tinha objetivo de expor objetos de estudantes ao redor do mundo à gravidade zero por alguns minutos. Devido à falha, a cápsula foi ejetada do foguete e ficou intacta para a aterrisagem forçada, como previsto em situações como essa.
Foguete da Blue Origin cai após decolagem sem deixar feridos
A agência reguladora de aviação dos EUA afirmou que houve uma falha no bocal do motor do foguete, causada por temperaturas mais altas do que o esperado no equipamento.
“Durante o acidente, os sistemas do veículo de lançamento a bordo detectaram a anomalia, abortaram a operação e separaram a cápsula do módulo de propulsão como estava previsto, e desligaram o motor”, disse a FAA.
Entre as mudanças que a empresa deverá fazer, estão o redesenho dos componentes do motor e do bocal para melhorar o desempenho durante as missões, bem como ajustes organizacionais.
Embora seja positivo o fato de a cápsula ter sido expulsa imediatamente, o que significa que uma eventual tripulação teria se salvado do acidente, o encerramento da investigação não representa a “retomada imediata dos lançamentos do New Shepard”, disse a agência reguladora.
O órgão afirmou que a Blue Origin deverá realizar as mudanças e receber uma mudança de licença que garanta o cumprimento de todos os requisitos antes do próximo lançamento.
O que diz a Blue Origin
A empresa de Bezos se manifestou sobre a decisão no X, antigo Twitter. “Recebemos a carta da FAA e planejamos voar logo”, disse a Blue Origin.
Desde julho de 2021, a companhia transportou um total de 31 pessoas, entre clientes que pagaram pela viagem e convidados. O próprio Bezos participou do primeiro voo.
Enquanto a Blue Origin foi forçada a permanecer em terra, a Virgin Galactic, concorrente fundada pelo bilionário britânico Richard Branson, já realizou quatro voos espaciais este ano.
Ambas as empresas competem no setor do turismo espacial e oferecem viagens que alcançam a gravidade zero por alguns minutos no que é chamado de espaço “suborbital”.
As “passagens” da Virgin Galactic foram comercializadas por entre US$ 200 mil e US$ 450 mil (entre R$ 1 milhão e R$ 2,6 milhões, na cotação atual). A Blue Origin, por sua vez, não revela o valor por uma “passagem” em seus voos.
Bob Smith e Jeff Bezos, presidente e fundador da Blue Origin, respectivamente, em foto de julho de 2021
Reuters/Joe Skipper
Entenda a diferença de voo suborbital e orbital
TESTE DO NOVO ANUNCIO